Quase 100 voluntários limparam a lagoa desde a Foz do Arelho ao Bom Sucesso

Divididos em 15 secções com mais de um quilómetro, os voluntários limparam desde a Foz do Arelho até ao Bom Sucesso, numa extensão de quase 20 quilómetros (que incluiu ainda a ilha na lagoa).
Foram recolhidos 166 sacos de lixo e diversos monos, nomeadamente televisões, frigoríficos, partes de máquinas de cortar a relva, sanitas e lavatórios, entre outros objectos.
Mas o objectivo desta limpeza ia além dos resultados imediatos. Os sacos de lixo eram identificados com o número da secção a que pertenciam, o que permitirá depois estudar o tipo de lixo e a sua origem, assim como identificar as zonas mais problemáticas da lagoa. Dessa forma, será possível combater com maior eficácia as causas dos problemas.
A limpeza no areal e das margens decorreu durante toda a manhã e, depois de almoço, foi feita a separação e triagem dos resíduos no cais da Foz do Arelho e no parque de estacionamento do Bom Sucesso.
Depois de uma manhã de árduo trabalho, a agacharem-se constantemente para apanhar lixo e a arrastarem um saco de lixo pela praia, sob o sol e o calor que se faziam sentir, alguns dos voluntários juntaram-se para almoçar num piquenique no parque das merendas, onde se haviam encontrado ao início da manhã.
A acção inseria-se na terceira edição da campanha “Vamos Limpar as Nossas Praias?”, numa parceria entre a Liga para a Protecção da Natureza e o Pingo Doce. Associaram-se a esta limpeza as duas Câmaras (Caldas e Óbidos) e as juntas de freguesia ribeirinhas, assim como várias associações cívicas e ambientais da região.

Eu sou de Alenquer e há dois anos fiz uma limpeza de praia no Portinho da Arrábida e fiquei completamente emocionada com o que encontrei porque não tinha ideia exacta do que se estava a passar. A partir daí passei a participar em todas as limpezas.
Aqui a Lagoa de Óbidos está a precisar de uma limpeza grande e estas acções também são uma chamada à consciência das pessoas que vivem cá e aos pescadores. Por exemplo, acho que os tractores que fazem a limpeza das praias, muitas vezes contribuem para partir e enterrar o plástico na areia.

Arminda de Sá Nogueira

“Portugal é lindo e queremos torná-lo ainda mais bonito”
Viemos dos Estados Unidos da América em Abril e estamos a viver nos Casais do Mestre Armando, perto do Baleal. Nós gostamos sempre de participar nestas acções e quando ainda estávamos lá, já andávamos à procura de organizações que fizessem limpezas de praia em Portugal e encontrámos a MarMeu, que é uma das parceiras desta iniciativa. Até agora tem corrido tudo bem, somos um grupo muito grande, com mais de 80 pessoas divididas em 15 grupos. O que temos recolhido mais são beatas de cigarro e plásticos, que não se decompõem. Portugal é um país lindo e nós queremos mantê-lo e, se possível, torná-lo ainda mais bonito.
Patrick e Christine Briel

“A lagoa podia estar melhor, com menos lixo”
Eu sou caldense e costumo participar nas limpezas de praia que acontecem na Lagoa de Óbidos e que são organizadas pela Associação LinDo Mar uma vez por mês. Esta limpeza correu bem até agora, tal como as anteriores. O tipo de lixo é o mesmo, mas eu nunca tinha feito nesta secção do lado do Bom Sucesso. Encontrei muitas beatas, paus de cotonetes, aplicadores de tampões e cordas, fios e redes de pesca.
Acho que a Lagoa podia estar melhor, com menos lixo, especialmente na zona final, para onde a água o transporta. Aí encontram-se muitas garrafas de plástico.
João Madruga