Azulejaria. Pedro Almeida prepara espaços cá dentro e lá fora

Formou-se em Design de Cerâmica na ESAD, dedica-se ao azulejo e faz painéis para diferentes espaços

Após a conclusão do curso de Cerâmica na ESAD em 2002, Pedro Almeida complementou a formação técnica com cursos no Cencal. Hoje, o designer produz azulejos para prédios, cafés, restaurantes, hotéis e moradias e não só para o mercado português, pois os trabalhos deste autor já chegam também ao estrangeiro.
“Há 16 anos comecei a produzir manualmente azulejos”, recordou Pedro Almeida à Gazeta das Caldas. “Aprendi algumas técnicas de produção manual de azulejaria com o ceramista Sá Nogueira e modelação e escultura com Herculano Elias”, contou o designer, de 43 anos, que ficou a viver no Oeste desde os tempos de estudante. Passados poucos meses, arriscou e começou a trabalhar por conta própria, começando por mostrar as suas ideias a arquitetos, decoradores e construtores. Foi, então, que conheceu o arquiteto Manuel Remédios, que o viria a convidar para fazer um revestimento para os vãos interiores das janelas de um restaurante no Coto. Seguiram-se azulejos para moradia e um painel cerâmico para o refeitório do Hospital das Caldas.
Foi também ele que foi chamado a encetar a recuperação do chão do Céu de Vidro e foi também o autor das réplicas de azulejos do edifício da Farmácia Central na Praça da Fruta.
Paralelamente, fez painéis de azulejos para o edifício Bordalo Pinheiro, recorrendo já à prensa, e o painel de azulejos “escama amarelo”, que decorava o café Zaira, na Praça da República. Continuou ainda a fazer fachadas de prédios, painéis para cafés, pastelarias e restaurantes da região.

O autor prima pelo uso de vidrados vibrantes e escolha de formas e padrões originais presentes em vários espaços públicos e também privados, como é o caso de um painel que fez para a zona da piscina exterior de uma moradia no Nadadouro ou o friso azulejar de borboletas que decora uma casa recuperada, em pleno centro das Caldas. Podem ainda ser apreciados trabalhos azulejares deste designer no bar Monkey Mash, em Lisboa, e na Taberna Marginal, em S. Martinho do Porto. São também de sua autoria os painéis dos cafés Contradição, além de projetos de raiz em lojas e ainda de reabilitação do edificado.
Os trabalhos de Pedro Almeida são também vendidos pelas empresas de design Mambo e Theia, situadas em Lisboa. O autor fornece-lhes azulejos, tanto ao metro quadrado como em painéis. Esta relação iniciada há alguns anos tem crescido na exportação.
“Tem sido aliciante trabalhar com estas firmas, pois tenho tido projetos interessantes e fora do comum”, referiu o autor, que tem painéis azulejares no Four Seasons de Singapura e em vários hotéis de luxo de países como na Alemanha ou na Arábia Saudita. Nas Caldas, o designer tem pelo menos uma dezena de obras, em espaços público e privado. O autor, que tem como referências Eduardo Nery e Querubim Lapa, quer apostar mais em trabalho em nome próprio e quer ter, na região, um espaço de fábrica e de ateliê.
E qual não foi o espanto, enquanto via o filme “A Mulher”, de Bjorn Runge, com Glenn Close, quando identificou painéis da sua autoria, no quarto de hotel onde se passa grande parte da ação daquela história…