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Quarenta anos depois de gravar um disco que hoje é considerado de culto por alguns melómanos, Nick Garrie esteve no bar Pópulus, nas Caldas da Rainha, para uma apresentação acústica deste trabalho que foi agora reeditado por uma editora espanhola.
O cantor e compositor inglês é um admirador confesso das Caldas e da Foz do Arelho, para onde vem passar alguns dias sempre que pode.
Há nove anos conheceu o baterista caldense Tó Freitas num concerto e veio pela primeira vez à região. “Assim que aqui cheguei amei as Caldas, Foz do Arelho e Óbidos”, contou.
O músico acha que os portugueses têm uma gentileza à moda antiga. “São pessoas muito especiais. Respeitam as crianças, os mais velhos e a música”, considera. Para além do clima, gosta também das ruas empedradas e de uma luz especial que encontrou na região.
Outra paixão que encontrou em Portugal foi a guitarra portuguesa, um instrumento que o trouxe de volta à música depois de vários anos sem tocar. De tal forma que gravou o disco “Twelve Old Songs”, no qual incluiu este instrumento.
Na noite de 29 de Outubro Nick Garrie fez a apresentação de uma edição especial do álbum “The Nightmare Of JB Stanislas”, gravado há 40 anos.
Quando em 2006 a editora britânica “Revolva” reedita “The Nightmare Of JB Stanislas”, Nick Garrie tornou-se um músico de culto. “Nas últimas semanas dei entrevistas a jornais alemães, italianos e ingleses”, referiu.
Em 2010, a editora espanhola “Elephant Records” propôs-lhe a edição de um CD duplo para comemorar os 30 anos da gravação de “The Nightmare…”. O pack, já à venda, inclui uma apresentação que Nick Garrie escreveu sentado na esplanada do Pópulus e que contém uma referência às ruas das Caldas.
Nick Garrie assume que os seus discos nunca foram sucessos, mas que actualmente as pessoas estão mais abertas para a música e começam a descobrir o seu trabalho.
Embora tenha novas canções, confessa que desistiu de gravar depois de ter tido cinco álbuns “que não venderam nada”.
No concerto das Caldas Nick Garrie fez uma primeira parte com as músicas do disco “The Nightmare Of JB Stanislas”, mas não resistiu a tocar alguns êxitos de Cat Stevens ou Eric Clapton, porque achou que o público merecia ouvir algo que conhecesse.
