Vítor d’Andrade, um actor caldense no elenco da nova série “Terra Nova”

O médico que embarca na viagem até à Terra Nova, na
série homónima, estreada na semana passada na RTP1,
é o caldense Vítor d’Andrade. O actor considera que a pandemia trouxe união a uma classe que acabou por ser gravemente prejudicada pelo confinamento

O actor caldense Vítor d’Andrade integra o elenco da nova série “Terra Nova” que estreou na semana passada na RTP1. É ele que dá vida ao médico Bernardo Santos, personagem que vai viajar num barco de pesca do bacalhau, onde vai testemunhar momentos de tensão entre pescadores e capitão.
Esta série é uma produção da Cinemate, de 13 episódios, filmada em Portugal, nomeadamente na Nazaré, e no Mar do Norte e que aborda a vida dos pescadores, as suas relações familiares e pessoais, os conflitos políticos da época e que aposta no retrato social, nos anos 30, de uma época onde muitas famílias dependiam da vida no mar para o seu sustento.
“Foi uma experiência inesquecível”, disse o actor à Gazeta das Caldas, referindo-se aos tempos de rodagem deste projecto que incluiu um filme – que deveria ter estreado a 19 de Março – e uma série, onde são explicados muitos dos factos que antecedem os que se passaram na tela. Com a pandemia, a estreia do filme foi adiada e a série começou a ser exibida na semana passada na RTP1.
A rodagem decorreu durante cerca de dois meses de 2018 no barco Santa Maria Manuela, enquanto que as cenas de interiores foram filmadas no Creoula, em Portugal.
“Foi incrível acordar e filmar vários dias em alto mar”, contou o actor, explicando que tão cedo não esquecerá esta experiência de filmagens nos fiordes e Mar do Norte, desde a Noruega até à Holanda, tendo assistido a auroras boreais.
Este filme e série de época baseiam-se na obra literária ‘O Lugre’ de Bernardo Santareno e a personagem de Vítor d’Andrade é inspirada na vida do próprio autor. O desafio de realizar este projecto foi iniciado por Nicolau Breyner em 2015.
“Terra Nova” tem argumento de Artur Ribeiro e Nuno Duarte e realização de Joaquim Leitão. Além do actor caldense, o elenco conta ainda com Virgílio Castelo, Sandra Faleiro, João Reis, Maria João Falcão, Catarina Rebelo, Miguel Borges, Carla Chambel, João Catarré, Carolina Amaral, Sara Norte, Vítor Norte, entre tantos outros.
Vítor d’Andrade tem carreira feita no teatro, cinema e televisão, mas viu agora adiados vários projectos por causa da pandemia. Um deles, a convite do compositor Nuno Corte-Real para o CCB, envolvia a “Ode Marítima” de Fernando Pessoa que seria dita pelo actor caldense, num projecto de poesia e música que vai contar com a participação de uma orquestra e de coros.
O actor, que chegou a leccionar o módulo de Interpretação no curso de Teatro da ESAD há vários anos, lamenta que não se invista em mais formatos para televisão, para além das telenovelas. Na sua opinião deveria haver mais séries, algumas de época como “Terra Nova”. Em tempos de pandemia, defende a urgência de se chegar a bom porto no estatuto de intermitente e diz que estes tempos conturbados trouxeram algumas coisas boas como a união entre os profissionais das artes.