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O alargamento do território do Geoparque Oeste, com a inclusão de Óbidos, Alenquer, o arquipélago das Berlengas e 72 quilómetros da faixa costeira, deverá ser candidatada à UNESCO ainda este ano, revelou o diretor executivo do Geoparque, Miguel Reis Silva, na passada sexta-feira, na cerimónia de apresentação do processo de inclusão de Óbidos, que decorreu na autarquia.
Depois de apresentada, a candidatura será avaliada, estimando-se uma decisão em 2027.
O mesmo responsável destaca uma “continuidade geográfica, geológica e cultural” e que não decidiram alargar “porque sim, mas porque há motivos ao nível da geodiversidade”.
Com o alargamento estima que possam ser adicionados 10 novos geossítios, bem como tradições e costumes e património. A entrada de Óbidos e Berlengas faz com que o Geoparque passe também a ter duas cidades criativas da UNESCO e uma reserva da Biosfera.
O arqueólogo Sérgio Pinheiro aproveitou a cerimónia para anunciar que o município é detentor não de uma moeda visigótica do século VII (que já era conhecida), mas sim de duas. “Recebemos hoje a confirmação”, revelou, alertando para a necessidade de preservar a tradição da caiação “que se está a perder”.
José Pereira, vice-presidente da Câmara, recordou o caminho feito pelo município, que até fez parte dos fundadores do projeto, mas que abandonou, sem nunca se ter tornado sócio. O presidente da Câmara de então, Humberto Marques, alegou dificuldades de tesouraria pós-pandemia para justificar a decisão (a quota era de 25 mil euros e nunca terá sido paga).
Já com este executivo, o município formalizou o seu interesse em fazer parte do projeto, estando o processo a decorrer desde 2021.
Já João Serra, presidente da AGEO, frisou que não pretendem substituir ninguém. “Queremos complementar”, afirmou, contando que têm o objetivo de trazer a cerimónia da UNESCO para Portugal, num projeto avaliado em cerca de 1,5 milhões de euros.
Filipe Daniel, presidente da Câmara de Óbidos, disse estar orgulhoso por “finalmente ver Óbidos a integrar o Geoparque” e que sentia “que aquele espaço que estava por preencher tinha muito a dar”.
O edil obidense explicou ainda que estão a alargar a rede de percursos pedestres e destacou a importância de sensibilizar as novas gerações para as tradições e eventos de relevo cultural e histórico.
