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Tem 180 trabalhadores e 1 milhão de euros de capital social e, em teoria, é uma nova empresa que inesperadamente é criada nas Caldas da Rainha. Na prática fica quase tudo igual para clientes e funcionários, excepto no “pormenor”, nada displicente, de que os impostos passam a ser pagos no concelho.
Falamos da novel Rodoviária do Oeste, uma empresa criada pela fusão de uma parte da Rodoviária do Tejo com a Auto-Penafiel. Caldas ganhou uma empresa e o Oeste ganhou mais uma instituição com o seu nome. Em contrapartida, noutro domínio, desaparece a empresa inter-municipal Águas do Oeste, que foi absorvida pela gigante Águas de Lisboa e Vale do Tejo.
A antiga Direcção Operacional de Caldas da Rainha da Rodoviária do Tejo (que tem sede em Torres Novas) foi desmembrada desta empresa, tendo-se fundido com a caldense Auto-Penafiel, criando-se a Rodoviária do Oeste. A Auto-Penafiel, por sua vez, já pertencia à Rodoviária do Tejo.
A nova empresa tem a incumbência do transporte rodoviário nos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Lourinhã, Nazaré, Peniche e ligações a Torres Vedras e Lisboa.
Segundo fonte oficial da empresa, que tal como a Rodoviária do Tejo pertence ao grupo Barraqueiro (o mesmo que ganhou o concurso à privatização da TAP), “a criação desta nova empresa não terá qualquer impacto nos actuais serviços prestados aos clientes da Rodoviária do Tejo e da Empresa de Transportes Auto Penafiel, na zona do Oeste”. O objectivo, refere, é fazer desta uma empresa “mais ágil, mais dinâmica e mais focada nas necessidades e expectativas da região, que apresenta grandes diferenças face à restante área geográfica servida pela Rodoviária do Tejo, que está também presente nos distritos de Santarém e Leiria”.
A Rodoviária do Tejo continua a existir com as direcções operacionais de Leiria e Santarém, tendo os activos da direcção operacional das Caldas da Rainha sido integrados na Rodoviária do Tejo desde o passado dia 1 de Julho.
A empresa diz que no imediato, para além da mudança do logótipo nos autocarros, não se sentirão grandes diferenças porque esta “é uma decisão estratégica e não uma decisão para medidas de curto prazo”.
A marca Rocaldas, com que se identificava a frota da Auto-Penafiel desaparece, mantendo-se apenas ao nível da rede do concelho das Caldas, isto é, nos percursos já definidos e no tarifário.
O efectivo da RDO – Rodoviária do Oeste é de 180 trabalhadores, dos quais 146 são motoristas, juntando-se assim os da antiga Auto-Penafiel com os da Rodoviária do Tejo. Com sede nas Caldas, os impostos passam a ser pagos neste concelho em vez de ser em Torres Novas. Uma situação que, de alguma forma, representa uma pequena aproximação aos tempos áureos da empresa Capristanos quando aquela família possuía um pequeno império regional no transporte de camionagem.
Em Fevereiro a então Rodoviária do Tejo inaugurou a modernização e ampliação do terminal das Caldas da Rainha, na sequência de um investimento de meio milhão de euros. As antigas oficinas passaram a ser local de embarque e desembarque. Actualmente é na Estrada da Tornada que a empresa possui o parque e oficinas para a sua frota.
Como esta empresa prestará serviços à Rede de Expressos (esta é uma pool constituída por um conjunto de várias rodoviárias regionais), o nome Oeste passará agora a viajar mais longe, nos expressos para Lisboa, Porto, Braga e Guimarães.
