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O ex-candidato à Câmara pelo CDS/PP, Rui Gonçalves, desfiliou-se do partido em discordância com as linhas orientadoras da sua direcção nacional.
Rui Gonçalves disse à Gazeta das Caldas que saiu por motivos ideológicos, descontente com a estratégia do partido a nível nacional e não por qualquer divergência a nível local.
Em sua opinião, o CDS/PP não tem tido uma postura verdadeiramente à direita, preferindo “deambular pelo centro, colando-se ao PSD que disputa o eleitorado de centro-esquerda com o PS”. Acha que o CDS/PP não apresenta propostas para os problemas do país que sejam à direita e que façam a diferença em relação ao PSD. “O CDS não pode ser um partido social democrata disfarçado de democrata cristão”.
Na carta de desvinculação de militante, datada de 2 de Maio, o ex-dirigente local mostra-se descontente com o rumo do CDS/PP. “Fui esperando, acalentando a esperança de que alguma coisa mudasse, de que algum dia fizéssemos para ser diferentes dos outros, mas somos de facto apenas mais um partido, sempre com um olho no “centrão”, onde se diz que se ganham eleições, como se pudéssemos alimentar a ideia de tal desiderato. O caminho em que acredito, é o da credibilização, junto do eleitorado natural, à “direita”, como agora apressadamente se vem fazendo com um tímido piscar de olho.”
Criticando a postura do CDS/PP relativamente ao caso dos professores e a iniciativa de um autarca centrista em pintar passadeiras arco-íris na freguesia de Arroios (Lisboa) para homenagear a comunidade LGBTI, conclui que não se revê nas linhas orientadoras do partido, pelo que solicita a sua desvinculação de militante.
Rui Gonçalves foi membro da concelhia caldense do CDS/PP, deputado na Assembleia Municipal, vereador no executivo camarário e candidato à Câmara Municipal nas últimas autárquicas. À Gazeta das Caldas disse que, neste momento, não tenciona inscrever-se em nenhum partido político.
