Adiamento das eleições no Montepio não trava polémica entre candidatos

Lista de João Marques Pereira pretende que lista de Francisco Rita seja excluída do ato eleitoral, por considerar que alguns candidatos não têm currículo. Presidente da Assembleia Geral analisa pedido

Estalou o verniz na associação mutualista Montepio – Rainha D. Leonor. As eleições na instituição estavam agendadas para o próximo sábado, mas foram adiadas para “data a agendar oportunamente e logo que as condições sanitárias” o permitam, só que a polémica entre os candidatos conheceu novos contornos nos últimos dias.
Esta semana, a lista A, intitulada “Montepio XXI” e liderada por João Marques Pereira, formalizou uma reclamação junto do presidente da Assembleia Geral, Carlos Aurélio Santos, considerando que alguns dos elementos da lista “Por um novo Montepio”, encabeçada por Francisco Rita, “não têm currículo para exercer funções” na instituição.
Caso a reclamação viesse a obter provimento junto do líder da Assembleia Geral, a lista encabeçada B seria excluída do ato eleitoral.
Carlos Aurélio Santos confirmou à Gazeta ter recebido a reclamação. O dirigente está a analisar a fundamentação e explicou que a decisão “terá de ter em conta” o Código das Associações Mutualistas e os estatutos do Montepio, remetendo uma decisão “para os próximos dias”.
Quem não cala a indignação é Francisco Rita, que acusa João Marques Pereira de querer “impedir um ato eleitoral livre e democrático, à revelia dos princípios mutualistas” da instituição.
Para o candidato da lista B, a reclamação baseia-se “num conjunto de observações falsas e desprestigiantes sobre várias pessoas”, classificando o episódio de “lamentável” e lamentando que a reclamação tivesse sido interposta “12 dias após a validação de ambas as listas”.
Por seu turno, João Marques Pereira diz ter apresentado “argumentos objetivos” para formular a reclamação, garantindo ter “cumprido o prazo dos 10 dias previstos na lei”. O candidato da lista A admite recorrer de uma eventual decisão contrária por parte do presidente da Assembleia Geral e sublinha que não tornará públicos os termos da reclamação apresentada.
“Não será por nós que este assunto será tratado na praça pública, até porque nos limitámos a fazer uma tomada de posição sobre elementos a quem não reconhecemos currículo. Mas não julgamos ninguém, não se confundam as coisas”, frisou.

Adiamento devido à pandemia
Antes desta polémica, o presidente da Assembleia Geral justificara o adiamento das eleições com o “parecer desfavorável” do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte. Por forma a “garantir condições de segurança”, o Montepio tinha requerido à Câmara das Caldas “um espaço amplo” para a realização das eleições”. Nesse sentido, a autarquia reservou a Expoeste, mas a autoridade de saúde rejeitou o pedido.
“Estamos à espera que a curva pandémica se reduza mais, para voltar a saber se temos condições para realizar as eleições e dar por concluído um processo que se deveria ter realizado até 31 de dezembro”, observa Carlos Aurélio Santos, que admite “no melhor dos cenários” que as eleições se realizem no “final de fevereiro ou início de março”. ■