“Adoro o meu país, mas sinto que tenho mais vantagens a nível profissional se ficar por aqui em Oxford”

Tiago Mártires
32 anos
Caldas da Rainha
Oxford – Inglaterra
Electromecânico na empresa The Thames Water
Percurso escolar: Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, Centro de Formação Profissional de Santarém, Central Sussex College

Do que mais gosta do país onde vive?
Do que mais gosto neste país é o facto de a entidade empregadora dar valor a quem trabalha e quem trabalha sentir-se recompensado. O trabalhador consegue evoluir e sentir progresso na carreira. Há também uma maior facilidade em procurar outras oportunidades, uma vez que existem várias ofertas de emprego.

O que menos aprecia?
O que menos gosto é do tempo. Está quase sempre a chover e faz-me saudade do Sol de Portugal. Também não gosto de passar horas nas filas de trânsito. As estradas são muito estreitas, os cruzamentos mal feitos e geram-se filas de trânsito por todo o lado. Os impostos são caros, principalmente o imposto de casa, o nosso “IMI” aqui e pago pelo rendeiro e pelo arrendatário todos os meses!

De que é que tem mais saudades de Portugal?
Do que tenho mais saudades é dos amigos, do estilo de vida portuguesa, de poder sair a noite quando me apetecer e beber um Licor Beirão por três euros. Aqui uma cerveja custa cerca de 5 libras! [6,83 euros]. A comida fresca portuguesa, o sol e as esplanadas da Foz do Arelho. Também tenho saudades de falar português o dia todo.

A sua vida vai continuar por aí ou espera regressar?
Neste momento a minha ideia é continuar por aqui pois em Portugal já não sentia esperança e perspectiva de evolução. Eu adoro o meu país, mas sinto que neste momento tenho mais vantagens a nível profissional se ficar por aqui em Oxford.

“É engraçado fazermos amizades com pessoas de culturas diferentes, pois acabamos sempre por comparar tradições, costumes e mesmo comidas”

Em Portugal era Técnico de Manutenção Industrial e trabalhava no contrato de manutenção das Águas do Oeste há cerca de 7 anos. Adorava o trabalho, mas sentia-me estagnado e sem possibilidade de progressão e evolução na carreira.
Vim para Inglaterra há cerca de dois anos na esperança de encontrar um futuro melhor e mais risonho. O meu primeiro trabalho foi numa fábrica de produção de botas de segurança. Passado cerca de três meses mudei de cargo para supervisor de um turno e no qual me mantive por um ano e oito meses.
Durante este tempo realizei um curso de normas e regras eléctricas em Inglaterra e converti os meus certificados para as qualificações inglesas. Ao fim de poucos meses de concluir o curso, comecei a procurar trabalho na minha área e consegui arranjar trabalho para a empresa The Thames Water no qual trabalho até à data presente. Aqui a vida é um pouco mais cara, mas também ganhamos mais, e se não fizermos muitas extravagâncias chegamos com certeza ao fim do mês com dinheiro.
Neste país existem pessoas de todas as nacionalidades e culturas. No início é um pouco estranho para quem não está habituado, mas depois acaba por ser engraçado quando fazemos amizades com pessoas de culturas diferentes, pois acabamos sempre por comparar tradições, costumes e mesmo comidas.

Tiago Nuno Freire dos Mártires