Câmara quer converter antigas instalações no Bairro da Ponte em espaço de cultura

Autarquia e EDP encontram-se em fase final de negociações para recuperação do antigo edifício da SEOL

A Câmara das Caldas está em fase final de negociações para a concretização de um acordo de aluguer, com possibilidade de compra, das antigas instalações da EDP, no Bairro da Ponte. O local, onde durante muitos anos funcionou a Sociedade Electrificadora do Oeste, Lda (SEOL), deverá ser recuperado e transformado num espaço dedicado à cultura e à educação.
O negócio ainda não está totalmente fechado e o presidente da Câmara refere que também não há valores definidos, mas que estão a avaliar com entidades locais, nomeadamente com a ESAD e também os Silos – Contentor Criativo, as várias hipóteses de utilização.
“O objetivo é requalificar aquele espaço e desenvolver os protocolos necessários para a concretização de atividades”, explicou Vítor Marques à Gazeta das Caldas.
A autarquia está também a trabalhar, juntamente com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) no sentido de candidatar o edifício da Saúde Pública, também existente na Rua dos Silos, ao Plano de Recuperação e Resilência (PRR), tal como acontece com a requalificação do Centro de Saúde.
O projeto para o Centro de Saúde está a ser desenvolvido pela ARS e, de acordo com o chefe do executivo municipal, ainda não é possível estimar o valor do investimento a fazer nas duas requalificações.
Com as obras de requalificação, os dois equipamentos continuarão a funcionar, dando resposta às necessidades de saúde, sendo que no caso da Unidade de Saúde Pública está previsto o funcionamento do Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT).

Plano de Pormenor apresentado
Entretanto, é apresentado na reunião de Câmara da próxima segunda-feira o Plano de Pormenor do Centro Histórico.
A concretização deste instrumento de planeamento urbanístico municipal já se arrasta há mais de uma década, impossibilitando a implementação de políticas urbanas naquela zona da cidade, nomeadamente a reabilitação dos edifícios ali existentes.
De recordar que, em outubro de 2019, o Plano Diretor Municipal (PDM) das Caldas foi alterado, na zona histórica, de modo a aumentar a área de edificação dos Pavilhões do Parque e viabilizar a construção de um hotel que reabilitará aquele património. Esta revisão permitiu que a área dos Pavilhões do Parque possa ser aumentada até um máximo de 20% da área de execução, levando à criação de pisos intermédios.
A alteração permite o uso dos pavilhões para serviços e comércio e permite a ampliação da área total de construção para possibilitar a criação de 124 quartos, zonas de apoio, salas de restauração, zona de spa e uma de salas de congressos e reuniões, a concretizar pela Empreendimentos Turísticos Monte Belo, sociedade do Grupo Visabeira, num investimento estimado de 15 milhões de euros.
A obra do hotel, que inicialmente estava previsto abrir ao público em 2020, ainda não foi começada. Questionada pela Gazeta das Caldas, fonte da Visabeira Turismo refere que “ainda não existe data definida” para o início dos trabalhos de construção. ■