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A Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo vai passar a disponibilizar, a partir de inícios de Fevereiro, consultas de reumatologia para pessoas carenciadas dos concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos. A ideia partiu da médica Margarida Cruz que, voluntariamente, dará consultas duas horas por semana à segunda-feira.
Esta autarquia irá também apoiar o Refeitório Social garantindo a fruta que é disponibilizada diariamente aos seus utentes.
A reumatologista Margarida Cruz contactou a Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo para ali poder dar consultas de reumatologia às pessoas mais carenciadas. O serviço irá funcionar uma vez por semana, durante duas horas, podendo os doentes ali se dirigirem por sua iniciativa ou enviados pelo médico de família.
As consultas terão um preço simbólico de dois euros (marcação normal) ou cinco euros (marcação de urgência), que serão convertidos em bens destinados para as pessoas mais carenciadas.
A médica trabalhava no Centro Hospitalar Oeste Norte no serviço de reumatologia, que terminou quando esta saiu, alegando falta de condições de trabalho. A reumatologista assegurava, sozinha, a consulta a uma população de 240 mil habitantes, que é “quatro vezes o número estimado que um reumatologista deve ter”, explica.
Este serviço existe nas Caldas há oito anos, mas nos últimos seis foi assegurado por Margarida Cruz, que contou apenas com alguma ajuda pontual, durante este tempo. “O acumular de doentes e de trabalho já estava a tornar impossível conseguir fazer alguma coisa com um mínimo de qualidade admissível”, explica a médica, acrescentando que a situação tende a adensar-se, uma vez que a distribuição dos cuidados de saúde não tende à descentralização.
A responsável explicou ainda que durante todo este tempo houve sempre interesse por parte das várias administrações do hospital em colocar mais reumatologistas, mas nunca houve disponibilidade por parte dos médicos em vir para as Caldas.
Os doentes que deixaram de ser atendidos no hospital das Caldas passaram para o serviço de reumatologia do Hospital de Santa Maria (Lisboa) onde se estão a deparar com um período de espera de seis meses para serem consultados.
“Claro que os doentes carenciados não têm meios sequer para se deslocar a Lisboa”, conta a médica que, desta forma, irá ajudar a minorar esta situação.
A Junta de Freguesia vai agora proceder à adequação da sala para gabinete. Margarida Cruz garante que não se tratam de equipamentos dispendiosos e que precisa apenas de uma marquesa, um aparelho para fazer as radiografias e outro para medir a tensão, secretária, computador e material médico.
Em breve, a Junta irá também avançar com um outro projecto de carácter social, de atribuição de fruta para o Refeitório Social, que abriu recentemente na cidade. O refeitório social está actualmente a prestar cerca de 60 refeições diárias, o que leva a Junta a prever a entrega de cerca 500 peças de fruta por semana.
De acordo com Delfina Clemente, responsável pelo pelouro da acção social na Junta de Freguesia, estão neste momento a estabelecer contactos com os produtores e distribuidores da região no sentido de obterem alguns apoios.
De acordo com o presidente da Junta, Vasco Oliveira, nos últimos tempos tem-se registado um aumento do número de pedidos de ajuda à Junta de Freguesia. Têm tentado apoiar as famílias necessitadas aumentando o numero de cabazes de natal a atribuir e, mais recentemente, fizeram uma entrega dos excedentes da União Europeia, no âmbito do Programa de Ajuda Alimentar a Carenciados.
Para além dos novos projectos sociais, apresentados no passado dia 9 de Janeiro, a Junta tem já a funcionar há algum tempo a Oficina Domiciliária. Trata-se de um serviço de apoio aos fregueses, sobretudo os mais idosos, em que um funcionário se dirige às suas casas para fazer pequenos arranjos, como um vidro partido ou mudar uma lâmpada.
Existe também o gabinete de Psicologia e foi recentemente estabelecido um protocolo com o Centro de Saúde, em que a psicóloga da Junta de Freguesia presta serviço naquela unidade duas vezes por semana.
