Crise abala, mas não acaba com solidariedade no Banco Alimentar

Os voluntários do Banco Alimentar do Oeste estiveram, ao longo dos dois dias, em 60 supermercados e 20 pontos de recolha directa em oito concelhos da região. Caldas da Rainha lidera a quantidade de alimentos recolhidos (23,2 toneladas), seguindo-se Alcobaça (19,8), Lourinhã (11,6), Peniche (11,2), Nazaré (9,2), Bombarral (6,4), Cadaval (3,3) e Óbidos (3,3).

Uma acção que envolveu um total de 1.800 voluntários, seja na recolha e no transporte, seja na divisão e pesagem dos alimentos. E também aqui se comprova que a generosidade e a solidariedade não são valores em vias de extinção. O número de voluntários é maior que em anos anteriores. Teresa Braga diz que “tem sido fácil juntar os voluntários necessários para as campanhas pois há cada vez mais pessoas que contribuem com o seu tempo”.

Os pontos de recolha directa mostraram mais uma vez serem uma mais-valia para a campanha. Santa Catarina (Caldas da Rainha), Vimeiro, Maiorga, Bárrio e Cós (Alcobaça), Figueiros, Painho, Alguber e Vilar (Cadaval), Moita dos Ferreiros, Ribamar, Aatalaia, Marteleira, Miragaia, Vimeiro (Lourinhã), Serra D’El Rei e Atouguia da Baleia (Peniche), Valado dos Frades e Famalicão (Nazaré) e Mercado do Bombarral foram as localidades onde os voluntários do Banco Alimentar angariaram mais de oito toneladas de alimentos, sobretudo produtos frescos, produzidos pelas populações locais.

O sucesso da campanha nestes pontos de recolha directa tem feito com que o Banco Alimentar do Oeste vá aumentando o número de localidades, o que de acordo com Teresa Braga, deverá continuar a acontecer nas campanhas futuras.

Depois de dois dias de verdadeira azáfama, os bens recolhidos estão já devidamente contabilizados e acondicionados no armazém do Banco Alimentar na estação ferroviária das Caldas da Rainha. A estes vão juntar-se os excedentes alimentares que a instituição recolhe diariamente junto de produtores e comerciantes. Depois, tudo é encaminhado para 53 instituições de solidariedade social que trabalham no terreno, e são estas que farão chegar os alimentos às famílias mais carenciadas dos oito concelhos abrangidos.

“Trata-se de um elo importante na luta contra a fome e contra a exclusão social”, referem os responsáveis pelo Banco Alimentar do Oeste, que entre Janeiro e Outubro desta no distribuiu já 563 toneladas de alimentos, a cerca de 1.726 famílias.

Considerando, mais uma vez, que “as campanhas do Banco Alimentar Contra a Fome são a maior manifestação de solidariedade em Portugal” os responsáveis acrescentam que “a acção conjunta de todos gera resultados muito superiores aos que seriam obtidos se cada um deles resolvesse agir de forma isolada”.

Numa altura em que o Estado está sujeito a apertadas medidas de contenção, salienta-se ainda que ao juntar-se a generosidade dos portugueses e “a eficácia comprovada da acção dos Bancos Alimentares Contra a Fome”, fica provado que “a sociedade civil se pode e deve substituir com vantagem ao Estado na resolução de alguns dos problemas com que se confrontam as sociedades modernas, promovendo a inclusão social com proximidade e afectividade”.

 Possibilidade de ajudar até domingo

Ainda que o fim-de-semana de campanha tenha chegado ao fim, quem ainda quiser contribuir pode fazê-lo de duas maneiras. Nos supermercados aderentes encontra-se ainda a Campanha Vale, na qual basta comprar os cupões disponíveis, cada um correspondente a um bem alimentar. Na Internet decorre a campanha Online, cujos donativos são feitos através do site www.alimenteestaideia.net. Tanto a Campanha Vale como a Campanha Online prosseguem até domingo, dia 4 de Dezembro.