GAL Oeste Costeiro considera curto envelope financeiro para a região

Atribuídos 2,5 milhões de euros para a implementação de projetos nos sete concelhos marítimos

Para a gestão do GAL – Grupo de Ação Local Oeste Costeiro, liderado pela ADEPE – Associação de Desenvolvimento de Peniche, foi criada a marca ‘OesteCollab by ADEPE’. Este GAL abrange os sete concelhos costeiros oestinos – Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Lourinhã e Torres Vedras – e foi esta a solução encontrada para a criação de uma marca identitária regional que junta 38 entidades públicas e privadas. Segundo Joaquim Pequicho, presidente da ADEPE, “transferimos para esta ‘marca-chapéu’ os nossos valores inclusivos e identitários, pois acima de tudo é uma marca do nosso pensamento para o território”, procurando-se assim “evitar um constrangimento” para os municípios parceiros que se associaram ao projeto liderado por uma associação penichense.
A EDL (Estratégia Desenvolvimento Local) do Grupo de Ação Local (GAL) Oeste Costeiro 2030 aprovada para o GAL Oeste Costeiro, ao abrigo do Programa MAR 2030, resulta da fusão do GAL Pesca do Oeste com o GAL EcoMar e conta com uma dotação pública de 2.575.794,84 euros, para financiar projetos ligados à economia do mar na região Oeste no período de programação do ‘Portugal2030’. O novo GAL representa para Joaquim Pequicho um desenvolvimento da estratégia de crescimento da nossa região, reconhecendo, todavia que esta verba “fica aquém das nossas expectativas”, sendo por isso “um pouco escassa para a nossa ambição”. Sublinha, no entanto, que se foram céleres e competentes na aplicação da estratégia definida, “há sempre uma certa expectativa que possamos mobilizar mais recursos para o território”, pelo que acredita que “os ventos são favoráveis à ADEPE para a implementação da estratégia do GAL”.
O GAL Oeste Costeiro foi apresentado publicamente no passado dia 2 na ESTM – Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, onde está agora sediada a ADEPE. Numa sessão que contou com os vários parceiros do projecto e representantes de instituições públicas, sublinha-se a presença da secretária de Estado das Pescas, a nazarena Teresa Coelho. A defesa da diversidade da cultura, tradições e atividades associadas à economia do mar estão entre as linhas orientadoras do trabalho que o novo GAL vai ter pela frente. “Nós conhecemos o território, estamos próximos e pensamos que conseguimos materializar aquilo que é o espírito de missão da autoridade de gestão e do seu pensamento”, assegura Joaquim Pequicho. A estratégia assenta numa visão da própria organização administrativa do território, pelo que destacou que a OesteCIM – Comunidade Intermunicipal do Oeste passa a ter “uma maioria qualificada com os sete concelhos no nosso compromisso com o mar e a orla costeira”. “Por força do papel dos municípios, podemos ter uma força maior [dentro da OesteCIM] e colocar no centro daquilo que são os investimentos no desenvolvimento do território as questões relacionadas com as nossas comunidades”, afirmou.
A pesca tem também uma estratégia importante no novo GAL, que regista também um crescimento territorial e também da visão, “mas sendo uma parte importante vamos muito para além disso”, onde a investigação e desenvolvimento cultural ou iniciativas sócio-económicas, por exemplo, assumem igual importância. “Queremos ir mais longe”, afirma o líder da ADEPE. Para o novo órgão de gestão foi convidado o GAL Ecomar (Lourinhã e Torres Vedras) e a associação Leader Oeste, pelo que está garantida uma “composição bem qualificada e conhecedora das regras, sendo um factor de garantia para aquilo que é o papel da autoridade de gestão na supervisão do nosso trabalho”. “São muitas entidades públicas e privadas que integram este projecto”, destacando ainda o dirigente o compromisso pelas “contas transparentes” junto da gestora do Programa Operacional do Mar 2023, Dina Ferreira, presente na sessão.
A estratégia de desenvolvimento local foi desenvolvida com as várias instituições regionais, coordenadas pela ADEPE enquanto entidade gestora do novo GAL Oeste Costeiro. Tem três eixos estratégicos: Economia e Inovação Azul; Biodiversidade, Tradições e Cultura Marítima; e Qualificação e Literacia Marítima. Uma aposta que foi elogiada na sessão pela secretária de Estado Teresa Coelho, que acredita que trará bons frutos ao Oeste.■