Liga dos Combatentes celebrou 97º aniversário

Comemoração em Alvorninha, com a deposição de uma coroa flores no monumento aos combatentes inaugurado em 2013 e entrega de medalhas no pavilhão José Policarpo

O Núcleo de Caldas da Rainha da Liga dos Combatentes celebrou, no dia 28 de julho, o 97º aniversário, com uma cerimónia em Alvorninha. As comemorações iniciaram-se com a deposição de uma coroa de flores no monumento aos combatentes na localidade, inaugurado em 2013.Seguiu-se uma cerimónia de entrega de medalhas no pavilhão gimnodesportivo José Policarpo.
Arclides Mateus (que serviu na Guiné entre 1966 e 68), António de Jesus Saramago (que serviu em Angola de 1967 a 69) e Joaquim Anacleto (que serviu na Guiné entre 1969 e 71) foram condecorados com a medalha comemorativa das campanhas, entregue a militares que tenham servido em situação de campanha com uma duração de, no mínimo, seis meses (exceto se a campanha durar menos que isso, ou por imposição de doença ou acidente).
Já Afonso Alves e Luciano Pereira foram condecorados com a medalha de honra ao mérito grau ouro da Liga dos Combatentes.
A medalha de bons serviços grau ouro foi entregue a Fernando Jesus, Armando Afonso e Paulo Silva.
Estas medalhas reconhecem o mérito de pessoas individuais ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, na função solidária e social para com os combatentes e na cidadania e defesa de Portugal, servindo também para distinguir os bons serviços prestados à Liga por sócios e funcionários.
Emanuel Sebastião, da direção do Núcleo de Caldas da Liga dos Combatentes, fez notar que os combatentes homenageados já o deveriam ter sido há quase 50 anos. “Vale mais tarde do que nunca e felizmente ainda puderam ser homenageados em vida”, disse. Agradeceu, ainda, aos camaradas da Liga pelo facto de terem conseguido ajudar a manter a organização viva. “As instituições vivem das pessoas”, fez notar.
Carlos Lopes, presidente honorário do Núcleo, era o presidente da instituição quando foi inaugurado o monumento em Alvorninha e esteve presente na cerimónia, tendo afirmado que não estavam ali “para celebrar a guerra e o conflito”, mas sim para “respeitar a memória dos homens que participaram nesses conflitos, dos mortos e dos vivos, das famílias enlutadas”.

O presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, agradeceu a escolha de Alvorninha para a realização desta comemoração, enquanto que o presidente da Junta de Alvorninha, José Henriques deixou o seu agradecimento aos combatentes.
Faustino Hilário, secretário-geral da Liga dos Combatentes, chamou a atenção para as necessidades dos antigos combatentes e para a falta de apoio que lhes é disponibilizado. O dirigente salientou também que o estatuto do combatente tem de ser alterado e que a Liga tem trabalhado nesse sentido, especialmente procurando acautelar as necessidades materiais, algo que “inicialmente não foi tido em conta”.
O responsável disse ainda que não é aceitável que antigos combatentes sejam detidos porque lhes foi dado um cartão (o cartão do antigo combatente) que supostamente lhes permitia viajar sem pagar nos transportes públicos, mas quando o tentaram este não estava funcional. “Não foram feitos os protocolos necessários para salvaguardar as compensações”, explicou Acresce que “o não pagamento das taxas moderadoras foi uma farsa linguística”, por motivos semelhantes. ■