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Nos dias 8 e 9 de Setembro foram apresentados nas Caldas da Rainha 19 novos médicos, dos quais 14 vão trabalhar nos hospitais do CHO (Caldas, Peniche e Torres Vedras) e cinco nos centros de saúde da região.
São 14 os novos médicos que vão passar a trabalhar e a fazer parte dos quadros do CHO nas áreas de Medicina Interna, Psiquiatria, Pediatria, Urologia, Ortopedia, Ginecologia, Patologia Clínica e Cardiologia. Os profissionais foram apresentados a 9 de Setembro, numa sessão que teve lugar no Museu do Hospital e das Caldas.
António Curado, director clínico do CHO, disse à Gazeta das Caldas que aquele centro hospitalar pretendia 25 novos profissionais de saúde. Ainda assim, a entrada destes 14 significa “algo fundamental para a instituição pois representa sangue novo e nós ainda queríamos mais”.
Segundo o médico, as maiores carências estão agora na área da Radiologia e também na Cirurgia Geral, mas este diz que gostaria que estas faltas pudessem ser supridas num próximo concurso que se vai realizar daqui a seis meses.
Entre os contratados, há uma médica urologista que apesar de ficar baseada em Torres Vedras, fará consultas nas Caldas. E em Peniche passará a existir internamento psiquiátrico devido à entrada de dois novos psiquiatras.
Cinco médicos para 9500 utentes
Na região Oeste há 9500 pessoas não tinham médico de família e que, graças a estas contratações, passam a tê-lo. No dia 10 de Setembro foram apresentados, na sede da OesteCIM, cinco novos profissionais que vão trabalhar nas unidades de saúde das Caldas, Peniche, Alcobaça, Nazaré e Bombarral.
Ainda assim há 11 mil pessoas sem médico de família. “Precisamos de mais seis profissionais”, disse Rosa Matos, presidente da ARSLVT, comentando que o objectivo é ter uma cobertura total para que todos os utentes possam ter médico. Referiu ainda que está prevista a vinda de mais um profissional a curto prazo e que em Outubro ou no próximo ano espera poder contar com mais profissionais de saúde.
Com um discurso emotivo, Rosa Matos referiu a necessidade de um bom atendimento, de uma aposta nas pessoas e no trabalho em parceria com as autarquias. “Temos que trabalhar em conjunto e fazer um esforço para servir melhor a população”. Em conjunto com as autarquias, a ARSLVT vai construir 20 novos centros de saúde. Entre estas unidades conta-se a do Cadaval, cuja assinatura do contrato-programa estava previsto para 14 de Setembro. O investimento necessário é de 720 mil euros, assumidos pela ARSLVT e a construção decorrerá no terreno cedido pelo município local.
Dos cinco jovens médicos, Diogo Rocha, de Ponte de Lima, foi colocado em Turquel e vai ser auxiliado por uma colega, que dá consulta no Vimeiro.
José Fernandes, de Viana do Castelo, veio para Valado dos Frades e a autarquia providenciou-lhe alojamento. Irá também dar consultas ao Centro de Saúde da Nazaré.
Francisco Fraga, do Porto, está em Óbidos ao passo que Henrique Nascimento, de Braga, foi colocado em A dos Francos e nos Rostos (Landal).
À comunicação social, os novos profissionais revelaram que estavam satisfeitos e, para além de alguns reparos relacionados com o pouco tempo para as consultas, a adaptação não podia estar a correr melhor. Há também uma médica que veio da Ucrânia e que vai trabalhar para Peniche.
Faltam assistentes técnicos e operacionais
“Só temos dois terços dos assistentes técnicos e operacionais que necessitamos”, disse Ana Maria Pisco, a directora do ACES Oeste Norte, acrescentando que possuem 80 quando necessitavam de 120 assistentes. “Vamos colmatando as principais necessidades com o auxilio das autarquias e do IEFP”, contou a médica, acrescentando que as dificuldades nos meses do Verão são acrescidas por causa das férias.
Em relação às Caldas, continua estabelecida a cedência de um espaço, por parte da autarquia caldense, para instalar a USF Rainha D. Leonor na freguesia de Sto. Onofre e depois seguir-se-á a remodelação de todo o edifício para melhores condições do ex-centro de saúde e da USF Rafael Bordalo Pinheiro. “Pensamos que o novo espaço para acolher a USF Rainha D. Leonor seja possível num prazo de dois anos”, disse a gestora. Os dois concelhos mais carentes de médico são Bombarral e Peniche.
“Somos o ACES que tem menos doentes sem médico”, disse Ana Pisco, acrescentando que neste momento, como gestora, tem mais necessidade de assistentes técnicos e assistentes e operacionais.
O presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, confirmou que vai arrancar a construção da unidade de saúde familiar da Benedita e que está acordado com a ARSLVT que o Estado assume as obras da USF de Alcobaça.
José Manuel Vieira, presidente da Câmara do Bombarral, afirmou que o seu município se candidatou à aquisição de uma viatura móvel que vai dar apoio à população que está mais longe da sede daquele concelho, pedindo uma parceria ao ACES e à ARS de modo a prestar os serviços à população.
Regina Piedade, vereadora da Nazaré, referiu que está em construção uma USF no seu concelho e que o município, além de oferecer o alojamento ao médico que está no Valado dos Frades, cedeu uma administrativa para a unidade de Famalicão da Nazaré.
Maria da Conceição Pereira, das Caldas da Rainha, reafirmou o compromisso da cedência de espaço para a USF Rainha D. Leonor e da melhoria de condições no edifício onde funciona o Centro de Saúde e a USF Bordalo Pinheiro. A autarca protagonizou o momento da sessão ao referir que o novo médico que se encontra nas freguesias caldenses tinha sido visto nas tasquinhas do Landal a provar a famosa codorniz e “a confraternizar com a população”.
