Ucranianos celebraram o Dia da Mãe com música e poesia

Yaroslava Pernay, a residir há nove anos em Portugal, declamou um poema que escreveu quando chegou, com 20 anos, sozinha, a um país estranho. Lembrou as saudades de casa e, sobretudo, da mãe numa das intervenções mais emotivas da sessão.
Houve ainda presentes e flores para as mães, numa festa onde não faltou o karavai, bolo típico que é preparado em datas especiais e como forma de boas vindas aos convidados da casa.
Esta iniciativa foi organizada pelo núcleo das Caldas da Rainha da Associação dos Ucranianos e teve por objectivo dar a conhecer um pouco mais da cultura deste povo. Embora aberta a toda a população, marcaram presença sobretudo ucranianos, e alguns moldavos que residem nas Caldas e arredores.
De acordo com Mariya Starchenko, presidente desta associação, esta é uma data importante, que se festeja desde que o país se tornou independente. Têm por hábito reunirem-se e assinalar o dia com poemas e canções populares, que “tocam muito na alma”. As melodias falam sobretudo das saudades da mãe, até porque o povo ucraniano tem uma longa tradição de emigração na procura de uma vida melhor. Enquanto faziam parte da União Soviética, muitos emigraram para a Sibéria para trabalhar nas refinarias de petróleo.
“Eram condições muito duras, mas ganhavam mais dinheiro”, recorda Mariya Starchenko, adiantando que, por causa desta distância, a importância de celebrar a mãe e as relações familiares foi sempre tão grande.
A residir em Portugal há nove anos, Mariya Starchenko vive longe da sua mãe, de 82 anos, que continua na Ucrânia. Para a festa trouxe fotografias, que colou no quadro preto da sala, juntamente com os outros emigrantes, quase todos longe da sua progenitora. A última visita que lhe fez foi em Março e regressa sempre que pode pois, “como já tem alguma idade, aproveito todas as oportunidades para estar com ela”, disse.
Sobre os festejos do Dia da Mãe em Portugal, considera que além de familiar, tem também uma componente muito comercial, o que “é bom porque ajuda a economia”, considera.
Este núcleo já organizou algumas iniciativas públicas para assinalar o Dia da Liberdade da Ucrânia (24 de Agosto) e o Natal.
No próximo dia 15 de Maio vão participar, pela primeira vez, nas cerimónias do Dia da Cidade e depositar uma coroa de flores junto à estátua da rainha.
Para finais de Outubro está prevista outra iniciativa, a decorrer numa praça da cidade e com a presença de vários artistas em palco. Trata-se de uma homenagem aos empreendedores que se têm estabelecido na região, sobretudo com cafés e centros de beleza.
“Pretendemos mostrar que os tempos de crise são também de oportunidade para abrir um negócios e incentivar a criação de emprego”, resumiu a responsável.

Efeméride também celebrada no Complexo do Alvito

O Dia da Mãe foi comemorado no Complexo do Alvito a 29 de Abril com uma festa aberta a toda a comunidade escolar. E porque nesse dia também se assinalava o Dia Internacional da Dança houve uma apresentação de vários estilos de dança no átrio da escola.
Na sala de música a equipa de animadores do complexo apresentou uma peça de teatro baseada na obra “Grávida no Coração” de Paula Pinto da Silva, declamaram poemas e dramatizaram várias histórias e contos. No final das duas sessões, realizou-se uma actividade que juntou mães e filhos, com a realização de várias ilustrações alusivas à data e um cartaz fotográfico onde era possível colocar fotografias.
Esta actividade contou com o apoio dos professores, animadores, auxiliares e associação de pais.