Caldas infeliz no regresso a casa

Há quase um mês em competição o Caldas fez o primeiro jogo da época em casa e não podia esperar pior desfecho. A exibição foi cinzenta e o resultado foi a condizer. Nem com a expulsão no Torreense com mais de meia hora para jogar o Caldas conseguiu chegar ao golo.
Tal como em Mafra, o início de jogo até prometeu. Ao minuto seis Januário pegou na bola, com uma recepção perfeita tirou em velocidade vários adversários do caminho e assistiu Diogo Bento, que vinha lançado para a área e só em falta Hélio Vaz o conseguiu parar. O livre era ao jeito de Diogo Clemente, mas a bola ficou na barreira.
O próprio Hélio Vaz se encarregou, contudo, da resposta, ofereceu a Boxuan o golo, mas este desperdiçou.
O jogo estava equilibrado, com a bola a viajar de uma para a outra metade do campo, mas perto da área as coisas complicavam-se para os dois conjuntos. E quando é assim os lances de bola parada costumam fazer a diferença. Num canto batido à esquerda o central Weliton ganhou nas alturas e fez o primeiro.
O Caldas tentava reagir, mas com as linhas sempre muito afastadas e, por isso, sem ligação no jogo, o que não só deixava os avançados desamparados com a bola, como os obrigava muitas vezes a sair das suas posições para a ter. Nem os passes directos saíam bem e perdia-se um filão que se abria à esquerda, onde o extremo Boxuan se demitia de funções defensivas e deixava Clemente subir quase sempre sozinho.
Para piorar as coisas, o Torreense fez o segundo antes de José Vala, que já tinha dois jogadores a aquecer, pudesse aproveitar o intervalo para reajustar a equipa. O lance foi muito bem construído pelos dois chineses da equipa, Boxuan e Lingfeng e finalizado por Bonifácio, com Luís Paulo a tocar ainda na bola.
Ao intervalo José Vala faz uma dupla substituição no meio campo, mas o Torrense fechou-se bem, e ainda mais depois do segundo amarelo de Boxuan. Sem espaço para trocar a bola, o jogo directo do Caldas encontrou uma defesa muito bem organizada e nas raras oportunidades para visar a baliza, os alvinegros falharam o alvo.

MELHOR DO CALDAS
Luís Paulo 3
Sem culpas nos golos (quase defendeu o segundo), esteve impecável na segunda parte e ainda evitou com duas boas intervenções que o resultado se avolumasse, quando o Torreense já jogava em desvantagem numérica.

Rony, jogador do Caldas
Erros para superar
Na primeira parte eles tiveram essas duas oportunidades, em dois cruzamentos, e marcaram. Sabíamos o potencial que eles tinham e eles aproveitaram a nossa falha. Temos que levantar a cabeça e corrigir já no próximo jogo. Está no início mas temos que rectificar o que estamos a falhar, também tivemos oportunidades de marcar e não conseguimos. Temos que recuperar esses pontos fora. Estou cá mais um ano, sinto um carinho enorme pelo Caldas, sinto-me bem aqui e espero que seja mais uma época com sucesso.

José Vala, treinador do Caldas
45 minutos de avanço
Quem joga como fizemos na primeira parte dificilmente ganha, demos 45 minutos de avança. Sofremos golos nos pontos fortes do adversário. Na segunda parte sabíamos que o Torreense ia baixar as linhas e mais baixaram com a expulsão. Fizemos um jogo mau, não era a imagem que queríamos dar no primeiro jogo em casa. Temos que encarar isto como percalço, temos que fazer muito mais.

Rui Narciso, treinador do Torreense
Solidez defensiva
Entrámos melhor, fomos mais perigosos e vencíamos ao intervalo com justiça. Na segunda estávamos a responder bem à entrada do Caldas, tivemos a expulsão que me parece exagerada, pela falta e pela zona do campo. Fomos obrigados a defender mas estivemos sólidos e as melhores ocasiões de golo continuaram a ser nossas.