No dia do seu 121º aniversário, no passado domingo os bombeiros caldenses inauguraram o pavilhão da parada, que apelidaram com os nomes dos actuais comandante dos Bombeiros e presidente da Associação Humanitária. Durante este dia os soldados da paz receberam presentes, fizeram distinções, e recordaram os que já partiram, num dia de muitas emoções.
Também dentro desse espírito de poupança, os voluntários pintaram todo o exterior do quartel, gastando apenas 500 euros em tintas (cedidos pela autarquia) e poupando milhares de euros na mão de obra.
Uma empresa das Caldas (grupo Auto Júlio) ofereceu um automóvel ligeiro Hyundai Sonata, que também foi pintado pelos próprios bombeiros. Este carro irá servir para transporte especializado, por exemplo, para formações.
Durante o dia foi colocada uma escultura de Carlos Oliveira, formada por um capacete e dois machados no Mausoléu dos Bombeiros, no cemitério novo, sendo também depositadas flores nas campas dos soldados da paz falecidos.
Em dia de aniversário foram ainda entregues as medalhas da Liga e os galardões de prestígio da associação e realizou-se a tomada de posse dos corpos sociais.
O comandante Nelson Cruz, num balanço do ano, revelou que se registaram “67 incêndios rurais com uma área ardida menor em relação ao ano transacto”, de cerca de 29 hectares, o que permite afirmar que os cerca de 125 km2 de floresta do concelho das Caldas foram bem protegidos.
Este bom resultado é alcançado porque “o processo de vigilância e patrulhamento se revelou eficaz, com uma nova tecnologia de SMS”, para alertar os bombeiros, que, “aliada à motivação e prontidão de excelência” permitiu que se ouvisse menos a sirene.
Nelson Cruz afirmou que querem usar a sirene apenas como último recurso. “Ficou a sensação na nossa população que foi um ano calmo”, afirmou, mas este “de calmo nada teve, apenas estivemos mais organizados”.
No total registaram-se 9100 ocorrências (menos 300 do que em 2015), sendo que os incêndios urbanos e em veículos, os acidentes de viação, os socorros em falésias e poços, as emergências hospitalares, o salvamento de animais e o transporte de mais de 12 mil utentes aos hospitais “obrigou” os bombeiros a percorrer 517 mil quilómetros desde o início deste ano.
Além disso, os soldados da paz das Caldas participaram em 59 ocorrências fora do concelho (entre as quais, por exemplo, Monforte da Beira, Albergaria, Águeda, Proença-a-Nova, Abrantes e Salvaterra de Magos).
E como o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, estava presente, este aproveitou para recordar que os bombeiros “são responsáveis por 90% do socorro pré-hospitalar e por mais de 90% das missões de protecção civil e socorro em Portugal”.
Abílio Camacho, presidente da direcção da associação humanitária, pediu ao presidente da Câmara uma ajuda de 25% na obra do pavilhão e o alcatroamento do mesmo.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara, depois de salientar o papel dos bombeiros e de lhes agradecer o seu trabalho, pediu um minuto de silêncio pelos que recentemente partiram, como o comandante Sales Henriques e os bombeiros José Domingos, João Paulo, António Xavier, José Florido e Esmeraldo Marques.
Em relação aos incêndios, o autarca pediu uma maior responsabilização penal dos incendiários e uma maior compreensão do Estado em relação às possibilidades de os proprietários limparem os terrenos.
Depois deu como presente aos bombeiros os 10 mil euros (correspondentes aos 25% da obra) para o pavilhão, mostrando-se certo da colaboração das Juntas de Freguesia.
Já quanto ao alcatroamento, disse que o piso não tem buracos e está em boas condições. Ainda assim, assegurou que se iria encontrar uma solução, recordando todo o apoio dado pela autarquia aos bombeiros.
Os galardoados
Medalha de assiduidade grau Cobre – 5 anos: André Sousa
Medalha de assiduidade grau Prata – 10 anos: Ernesto Marques; Hugo Almeida; Ricardo Neves; Ricardo Marques; Sónia Henriques; Marcelo Santos e Ruben Castanheira
Medalha de assiduidade grau Ouro – 25 anos: João Silva; Pedro Marques; Emanuel Simões, Luís Pacheco; Carlos Tomé e António Serrenho
Medalha do Quadro de Honra: Otávio Santos e Luís Simões
Galardão Prestígio: Luís Botelho; Carlos Figueiredo; António Júlio e Tinta Ferreira