Volte atrás
Anuncie
Assine
Login
Os caldenses Frederico Contente e Ana Lúcia fundaram a Steer – The Indie School of Trading, uma escola que vai dar formação a quem estiver interessado em fazer uma aprendizagem em operar nos mercados financeiros. O primeiro curso já arrancou, a 8 de Abril, nas Caldas, mas a escola pretende dar formação também em Lisboa e Porto.
A ideia de fundar uma escola de trading (ver caixa) surgiu quando Frederico Contente, que saiu do país para trabalhar pelo mundo como comissário de bordo, regressou a Portugal. Nessa altura já este caldense se dedicava em exclusivo à operação nos mercados financeiros, com várias formações feitas em Espanha, Inglaterra e Alemanha. Mas quando regressou ao seu país, não encontrou formação disponível e decidiu mudar essa realidade.
Com os cursos que disponibiliza, Frederico Contente quer desmistificar o que é o mercado financeiro. “Existe pouca cultura financeira no nosso país e daí a ideia de que é uma actividade reservada a uma elite e que é preciso muito dinheiro para trabalhar na área. Quando comecei, também pensava isso, mas com a massificação da internet, a bolsa de valores é na nossa casa, no café, na praia, ou em qualquer lado onde haja um computador e uma ligação à internet”, explicou Frederico Contente à Gazeta das Caldas. O trader acrescenta que não é preciso ser “nenhum génio da lâmpada” para conseguir ter êxito na actividade, seja para aumentar a conta poupança, seja para fazer disso vida, como o próprio faz há cerca de ano e meio.
Frederico Contente diz que tinha, como comissário de bordo, um trabalho que lhe dava uma boa situação financeira, mas que o fazia passar fora de casa cerca de 180 dias por ano. Foi um amigo que lhe apresentou o trading. “Ele disse-me que trabalhava duas horas por dia e vivia bem, o que me chamou a atenção porque era o oposto do que eu tinha”, conta, acrescentando que aquilo que o levou a apostar nesta actividade foi o tempo e não o dinheiro. “Foi uma escapatória para ganhar liberdade e qualidade de vida”, refere, acrescentando que hoje trabalha em média seis a sete horas por semana. É essa independência que conseguiu atingir que quer ensinar outras pessoas a ter.
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Os cursos – o primeiro arrancou a 8 deste mês nas Caldas e tem lugar no espaço de co-working Prontos – têm duração de cinco meses e são a compilação do melhor que Frederico Contente aprendeu nas formações que fez no estrangeiro. São compostos por um mês de aulas sobre o funcionamento dos mercados financeiros “e de como podemos colocar o dinheiro a trabalhar para nós”, diz Frederico Contente. Nos restantes quatro meses são um período de simulação e acompanhamento. Ou seja, nesta segunda fase do curso os formandos simulam operação em bolsa para terem uma formação prática sem riscos, podendo avaliar o que estão a fazer bem e o que estão a fazer mal, com o respectivo acompanhamento dos formadores.
Além de Frederico Contente, os cursos terão como formadores o britânico Jon Barnes e o espanhol Salva Fernandez. Estes serão responsáveis por outra parte inovadora na formação da Steer, na óptica da inteligência emocional. “Estamos a lidar com dinheiro, que é algo com que as pessoas têm uma relação muito forte e com vitórias e fracassos”, refere o empresário.
O trader realça que a actividade obriga a que haja uma transformação pessoal. “Como sociedade temos a tendência de limitar as coisas boas e de arrastar as coisas más. Por exemplo, se temos um patrão que nos paga a tempo e horas, aguentamos que nos ligue fora de horas, e que peça para trabalharmos ao fim-de-semana. No trading o processo é o inverso, as perdas têm que ser limitadas e os ganhos ilimitados”, explica. Ou seja, a primeira pergunta que um trader faz a si próprio quando faz uma operação é quanto aceita perder, porque os ganhos podem ser ilimitados.
IMMERSION BY STEER
Além dos cursos de cinco meses, a Steer School desenvolveu um segundo produto, o Immersion by Steer. Esta é uma versão de iniciação dos cursos de trading, que são aliados a uma componente de turismo. A ideia com este produto é chamar clientes do estrangeiro, em países onde há uma abertura grande para a actividade nos mercados financeiros. Este é um produto desenvolvido pela também caldense Ana Lúcia.
Para este produto a escola pretende criar parcerias com unidades de turismo, estando já firmados acordos com o Rio do Prado, em Óbidos, e a Casa do Azimute, de Extremoz.
Ana Lúcia explicou à Gazeta das Caldas que o objectivo deste produto é trazer turistas a zonas fora dos grandes centros e das rotas de turismo de massas do nosso país. A concentração será no Oeste, mas também no interior do país e nas ilhas.
O que é o trading?
O trading é uma actividade que consiste em realizar operações de compra e venda de produtos financeiros. Estes produtos podem ser acções de empresas, moeda ou as chamadas commodities, que não são mais do que os bens com cotação em bolsa. Entre estes estão o petróleo e os combustíveis, mas também o sumo de laranja, o açúcar, a soja, os cereais e outras matérias-primas.
A actividade consiste em acompanhar e avaliar a tendência de um preço e tentar comprar o mais barato e vender o mais caro possível. “O trading é a interação entre as pessoas dispostas a comprar e as dispostas a vender dentro de um mercado que é aberto, tentando explorá-lo da melhor maneira em nosso benefício”, explica Frederico.
