A encerrar a época Rafael Vilhais organizou uma boa corrida de toiros a que o público acorreu com as zonas de sombra muito preenchidas e as de sol mais desfalcadas dado o calor que se fez sentir.
O aliciante maior eram os toiros de Prudêncio que não defraudaram as expetativas, imponentes e bem apresentados, foram no geral nobres e codiciosos, à exceção do intratável 4º, servindo bem o espetáculo.
Luís Rouxinol lidou bem um bonito Prudêncio de 520 Kg, em crescendo com classe, conhecimento e uma regularidade espantosa, numa série de ferros de boa nota até a uma rosa e depois um par de bandarilhas no centro, com todo o mérito. Na pega André Martins (Ribatejo) esteve correto e eficiente à 1ª, bem ajudado, perante um toiro que não derrotou.
Filipe Gonçalves lidou bem um imponente Prudêncio de 575Kg que não permitia deslizes, logrando bons ferros, em crescendo, após um início algo precipitado, até ao meritório par de bandarilhas com que terminou. Na pega António Appleton (Caldas) mostrou toda a sua garra com um toiro poderoso cheio de pata, fazendo tudo bem feito a marcar os tempos da pega aguentando poderoso derrotes, concretizando à 1ª bem ajudado.
João Salgueiro da Costa enfrentou outro bonito Prudêncio de 550Kg com a classe que se lhe reconhece, numa equitação muito bonita e com alguns dos ferros mais verdadeiros da tarde, sempre em crescendo numa toada clássica irrepreensível. Pegou à 1ª Artur Coelho (Ribatejo) com eficácia e braços de ferro, bem ajudado.
Luís Rouxinol apanhou a “fava” da corrida um poderosíssimo Prudêncio de 630Kg que se parava e investia a defender-se de modo descomposto. Ultrapassou o problema com muita labuta, conhecimento e classe, logrando ferros de muito mérito. Para pegar este autêntico comboio de carne saiu o Lourenço Palha que esteve bem com o toiro fazendo-o investir e fechou-se aguentando três rápidos e demolidores derrotes no alto, mas foi projetado para o chão por outro derrote fortíssimo, em sentido contrário, ficando inanimado e saindo de maca para e enfermaria sob fortes aplausos, a caminho do hospital. Na dobra Francisco Kreye resolveu rápido e eficiente à sua 2ª tentativa com o Grupo em bloco coeso destacando-se o primeiro ajuda.
Filipe Gonçalves enfrentou um bonito Prudêncio de 545Kg que aproveitou da melhor maneira com uma lide bonita e vistosa e mais um conjunto de ferros interessantes e de novo em crescendo. Pegou Nuno Inácio (Ribatejo) correto e poderoso à 2ª tentativa, pois na primeira o Grupo tardou a ajudar.
Fechou com chave de ouro João Salgueiro da Costa de novo muito bem, em crescendo e com ferros de verdade no seu estilo clássico, frente a um bom Prudêncio de 560Kg. Terá sido o triunfador maior numa tarde de grande qualidade para todos. Terminou muito bem o jovem Vasco Gonzaga (Caldas) muito correto e bem ajudado não complicando o que o toiro também não complicou.
É de salientar o modo como os forcados dos dois grupos, o enfermeiro e os bombeiros acorreram ao Lourenço Palha quando o contexto era de tragédia e a calorosa ovação da praça quando foi anunciado que o forcado acordara e aparentava estar bem.
Dirigiu acertadamente Ana Pimenta, animou com bom gosto a Banda Comércio e Indústria de Caldas da Rainha e distinguiu-se com brio o cornetim de serviço. ■