Vereadores socialistas discordam de alteração “apressada” do parque de estacionamento subterrâneo

Descontentes com as afirmações proferidas pelo presidente da Câmara, Fernando Costa, na Assembleia Municipal de 8 de Junho, que dizem “não corresponder à verdade”, os vereadores socialistas caldenses convocaram uma conferência de imprensa para esclarecer o seu ponto de vista sobre alteração da localização do parque subterrâneo para a Praça 25 de Abril.
Os autarcas dizem que foi com “surpresa” que verificaram que a Câmara, “com o propósito de esconder a sua própria indolência”, apresentou aos deputados municipais um documento que justifica a mudança da localização do parque de uma avenida para outra, por razões “resultantes de um pretenso estudo geotécnico”.
Delfim Azevedo e Rui Correia dizem desconhecer o teor de qualquer estudo geotécnico que impossibilite a construção do parque de estacionamento na avenida da Independência Nacional e fundamente a relocalização do parque para a praça 25 de Abril, pois até ao momento não lhes tinha sido facultado.
Os vereadores socialistas dizem que esta mudança deve-se apenas a “não ter sido feito dentro do prazo o trabalho que era preciso” e manifestam a sua “firme oposição” a qualquer tentativa de alteração do plano original se esta se cingir a “tentar fazer desaparecer toda a evidência de um processo que foi pobremente conduzido, lentamente produzido e terminado à pressa”.
Os vereadores afirmam que a candidatura poderia contemplar outros projectos, sendo a construção do parque de estacionamento feita fora do seu âmbito. Apresentaram algumas propostas de ultrapassar este “imbróglio administrativo”, como a inclusão da freguesia de Santo Onofre e a reabilitação de todo o quarteirão do topo de praça da fruta, com ligação à obra de Ferreira da Silva.
Conhecedores das novas informações fornecidas pela Câmara na reunião de 14 de Junho, os vereadores socialistas decidiram alterar a sua orientação de voto (que era favorável), manifestando-se contrários a uma candidatura que, dizem, “não consegue apresentar uma configuração estável, credível e convincente dos seus projectos e conteúdos, a menos de um mês da sua apresentação”.
Consideram que a “inalterável postura de improviso e de precipitação” do executivo social-democrata já “obrigou o erário público a despesas dispensáveis, como aquela que se prepara para ocorrer na praça 5 de Outubro”.
O presidente da Câmara, Fernando Costa, diz que os deputados socialistas não tiveram acesso ao estudo geotécnico “porque não o vieram buscar”. Acrescentou ainda que este parque de estacionamento tem uma comparticipação de 80% e é uma das “peças alavanca” do projecto “Caldas – Comércio e Serviços. “Se o parque de estacionamento não for feito toda a candidatura fica sem efeito”, diz o autarca, garantindo que tem condições para entregar, até 7 de Julho, o projecto do parque subterrâneo na Praça 25 de Abril.
Referindo-se à intervenção no topo da Praça da Fruta Fernando Costa diz que os vereadores do PS “deviam saber que parte desse espaço é do Estado, está ocupado pelo Hospital e, embora prometido à Câmara nunca foi transferido”. Fernando Costa especifica que aqueles imóveis foram prometidos à Câmara em troca do terreno cedido para a construção do edifício da PSP.
“O projecto de aproveitamento do topo da praça estaria de pé, mas até à data a administração do centro hospitalar e o Ministério da Saúde ainda não transferiram aquele património para a Câmara”, sustentou o edil.