Os vereadores socialistas na Câmara das Caldas, Delfim Azevedo e Rui Correia, pretendem apresentar uma queixa na Inspecção Geral da Administração Local, contra o presidente da Câmara por este ter mandado uma funcionária mandar um e-mail institucional a dar conta da presença na cidade do líder do PSD, Passos Coelho.
“O conteúdo do comunicado não deixa margem para dúvidas e reflecte com a maior contundência a promiscuidade que existe entre os recursos públicos da câmara e os ofícios do PSD”, referem os vereadores socialistas, que classificam de “inaceitável” a colocação do equipamento camarário e as horas de trabalho de funcionários ao serviço do “partido” e dos seus “militantes”.
Dizem que pode avaliar-se o “grau de vício doloso que se tolera nesta câmara” quando o presidente propõe que, a partir de agora, também os outros partidos políticos passem a utilizar os serviços da Câmara para anunciar a presença dos seus líderes partidários.
Os vereadores do partido socialista recusam esta “visão de apropriação indevida e ilegal da coisa pública” e manifestaram já o seu “repúdio” pelo que dizem ser um aproveitamento partidário dos recursos camarários.
De acordo com o presidente da Câmara, Fernando Costa, a funcionária apenas “comunicou aos órgãos de comunicação social que o líder da oposição estava nas Caldas e que prestaria declarações sobre a situação politica”. Acrescenta que o e-mail enviado teve “custo zero” e lembrou que noutras ocasiões os partidos da oposição têm utilizado os recursos da Câmara, “com custos até avultados e nunca ninguém fez nenhum reparo”. Deu mesmo o exemplo do CDS/PP que “fez um congresso no CCC e até hoje não pagou a sua realização”.
Na opinião de Fernando Costa divulgar a presença de um ministro, líder da oposição ou secretário geral de qualquer partido às Caldas é importante, pelo que “sempre que qualquer partido se dirija à Câmara para utilizar os meios de comunicação social, esta pô-los-á à disposição”.
Considera que é importante para a Democracia e para o concelho que se anuncie a presença dos lideres partidários e lembra que a “Câmara mandou apenas o e-mail para a comunicação social, não divulgou a terceiros nem fez convites para o jantar”.