Alunos da ESAD dão cartas a reaproveitar materiais

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Uma das alunas da escola de artes caldense criou bolas de futebol com diferentes resíduos de couro | D.R.

A sustentabilidade é um dos motes intrinsecos aos projectos que são desenvolvidos na ESAD e não faltam ideias inovadoras a muitos dos seus alunos e que provam que há reutilizações úteis e orginais para muitos dos materiais, hoje considerados resíduos

Imagine uma bola de futebol feita com resíduos de couro. Os diferentes pedaços distinguem-se através da geometria dos seus módulos e das diferentes cores e texturas. Foi o que fez a aluna da ESAD, Celeste Alves, em 2019, no âmbito do final da licenciatura em Design Industrial na ESAD.CR. “New Life” foi como designou o seu projecto de bolas fabricadas com resíduos.
A valorização dos resíduos de couro curtidos vegetal e mineralmente faz-se através de uma selecção e integração cuidadas e reconhece a diversidade como estratégia para a criação de uma nova e única textura visual e táctil. Esta nova bola destina-se a crianças e propõe uma reflexão sobre a reutilização dos materiais, de uma forma lúdica: a utilização da bola em jogos e brincadeiras enquadra, desde logo, as problemáticas ambientais, a reciclagem e a economia circular, permitindo a pais e tutores a introdução destes temas. Os resíduos de couro resultantes de alguns processos produtivos podem ser utilizados com vantagens económicas em diversas indústrias (moda, mobiliário, arte, etc), evitando a sua deposição em aterro e os consequentes impactos ambientais. Para desenvolver este trabalho académico, a autora trabalhou em colaboração com o Centro Tecnológico das Indústrias do Couro.

REAPROVEITAR PNEUS E CASCAS DE BATATA

Cátia Correia, que fez o seu mestrado em Design de Produto na escola de artes caldense, dedicou-se ao estudo do potencial e à viabilidade da batata e amido como base para um material de características biodegradáveis mas que daria para a construção de embalagens ou até de estruturas para acontecimentos pontuais. A designer provou que estes materiais biodegradáveis podem constituir-se como uma alternativa a outros que são mais poluentes e nocivos. Criados a partir, por exemplo, das cascas daquele tubérculo este material representa um baixo custo, baixo impacto ambiental, são de fácil produção e valorizam o desperdício.
Por seu lado, Rafael Sabino, também no seu mestrado de Design de Produto – e com base nos princípios da economia circular – deu a conhecer a possibilidade do granulado de borracha e sua reciclagem. Em parceria com a PneuGreen, o aluno estudou as possibilidade daquele material reciclado a partir de velhos pneus. O resultado prático do projecto do designer consistiu na criação de dois modelos de pilaretes fixos, um pilarete delimitador e um grafismo integrado no pavimento comum de granulado de borracha, permitindo criar novos objectos.