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Cerimónia emotiva reconheceu o relevo do dirigente e dinamizador do badminton nos panoramas local e nacional
O Centro de Alto Rendimento (CAR) de Badminton das Caldas da Rainha passou, no passado sábado, a chamar-se Centro de Alto Rendimento Joaquim Lopes, numa homenagem ao antigo agente desportivo que foi um dos grandes dinamizadores da modalidade nas Caldas da Rainha, assim como do estabelecimento na cidade, quer da federação, quer daquele equipamento.
Precursor do Movimento Voluntário Desportivo em 1975, Joaquim Lopes foi eleito em 1993 para a Federação Portuguesa de Badminton e, como vice-presidente (1997-2016), foi o responsável pela mudança da sede da federação para as Caldas da Rainha. Foi também um dos responsáveis pela concretização do CAR de Badminton, inaugurado em 2010 como um dos melhores da Europa. Foi ainda membro do Comité Olímpico desde 2013 e integrou o Conselho Fiscal dos Bombeiros de Caldas da Rainha.
Fernando Costa, ex-presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, foi o primeiro a deixar o seu testemunho e recordou o caráter incansável de Joaquim Lopes e a sua perseverança na concretização dos seus projetos, mas também pela humildade com que serviu o desporto. “Esta cerimónia era para ter sido feita enquanto o Joaquim Lopes era vivo, só que ele disse-me: ‘Não pense nisso.’ E por isso aqui estamos hoje, para homenagear, com inteira justiça, não apenas o que ele fez pelo badminton, mas também pelas Caldas da Rainha”.
O antigo autarca não escondeu a emoção ao dirigir-se às filhas e netos de Joaquim Lopes, enfatizando que “as Caldas têm uma grande dívida de gratidão para com o vosso avô. Este centro de alto rendimento nunca teria vindo para aqui sem ele e, naturalmente, sem a colaboração da Federação de Badminton”, disse, sublinhando também o trabalho do então presidente João Matos.
Fernando Costa lembrou que Joaquim Lopes tinha outro projeto complementar para o CAR, a construção de uma residência para atletas de alto rendimento, desafiando a Câmara das Caldas e a federação a concretizarem esse desígnio.
Secretário de Estado do Desporto na altura da construção do CAR das Caldas da Rainha, integrado na rede nacional, Laurentino Dias recordou a importância de Joaquim Lopes no contexto da criação do equipamento na cidade termal. “O CAR foi feito aqui porque já cá estava a federação, havia algumas instalações de residência para os atletas e uma força grande a puxar a obra, Joaquim Lopes. Desde o princípio quis que houvesse um CAR de badminton nas Caldas e nós cumprimos essa vontade”, afirmou, acrescentando recordar-se ainda das lutas que o dirigente teve, “e ganhou”, para dotar o equipamento de valências como o ginásio, para garantir receitas.
O secretário-geral do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Araújo, também destacou o impacto que Joaquim Lopes teve como dirigente daquele organismo. “Era alguém muito empenhado, fez para que o COP desse mais ao desporto em Portugal, foi um homem bom. Se há dirigentes desportivos voluntários, o Joaquim Lopes é um excelente exemplo”, afirmou, sublinhando o empenho que o caldense tinha “para que os atletas pudessem usufruir deste espaço e desenvolver-se desportivamente”.
O momento mais emotivo da cerimónia surgiu com a intervenção de Rita Lopes, uma das duas filhas de Joaquim Lopes, que agradeceu em nome da família o reconhecimento prestado ao seu pai. “Ele foi um homem muito empreendedor na área do desporto, mas não o fez sozinho. Teve ao seu lado uma equipa e, acima de tudo, teve sempre o apoio incondicional da minha mãe, que foi um pilar fundamental para ele desenvolver todas as suas ideias”, disse. Rita Lopes dirigiu-se aos atletas presentes, lembrando que o centro foi criado para eles: “são os atletas que têm que tirar proveito disto, que tenham muitas vitórias e que sejam felizes, foi para isso que ele construiu este centro”.
As intervenções foram encerradas por Vítor Marques, presidente da Câmara das Caldas da Rainha, que foi atleta de Joaquim Lopes no MVD. O autarca destacou a importância do trabalho associativo e da capacidade de unir pessoas que Joaquim Lopes sempre demonstrou. “Era um homem de convicções, um homem que acreditava, que tinha uma força fantástica e conseguia ultrapassar os desafios”, disse o autarca, que destacou que Joaquim Lopes fez escola no dirigismo caldense. “Muita gente que passou por ele, não só como atleta, mas também enquanto dirigente, que são dirigentes associativos”, destacou. Vítor Marques concluiu dizendo que a comunidade tem “um grande desafio pela frente: continuar a garantir a excelência desta infraestrutura e concretizar esse sonho que ele tinha” da criação da residência, ideia que o presidente da Federação Portuguesa de Badminton, Duarte Anjo, também aprovou. ■
