Volte atrás
Anuncie
Assine
Login
Catarina Militão
27 anos
Caldas da Rainha
Londres – Inglaterra
Area Visual Merchandiser e Criadora/Designer de Catarina Militão Jewellery Design
Percurso escolar: Escola Primária do Bairro da Ponte, EB 2 3 D. João II (2º Ciclo), Escola Secundária Raul Proença (3º Ciclo), Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (Secundário), ESAD.CR – Superior de Artes e Design.
Do que mais gosta no país onde vive?
A facilidade de deslocação na própria cidade (os diferentes roteiros e meios de transporte possíveis para chegar ao mesmo destino) e a diversidade de voos para outros países. Já visitei cidades que nunca teria a facilidade de visitar se estivesse em Portugal, tanto a nível de acessos e de preços.
Com tantos aeroportos em Londres, as possibilidades de fazer um fim-de-semana ou uma pequena viagem noutro país são imensas e a preços acessíveis.
O acesso à Cultura é espectacular! Existe sempre uma exposição, um museu (normalmente grátis) ou um novo sitio para visitar. As lojas de material de arte e livrarias são um mundo em que me perco. Ao fim de quatro anos ainda não vi tudo o que queria e ainda há muito por explorar nesta cidade!
O que menos aprecia?
O clima. O Inverno é bastante mais frio do que em Portugal e mesmo com as casas e lojas aquecidas, o frio é muito difícil de lidar. Eles estão sempre preparados para todas as opções climáticas e como o tempo é sempre tão instável, podemos ter sol, chuva, neve e vento tudo num só dia.
Com a popularidade da cidade e diversidade de nacionalidades, perde-se um pouco da autenticidade e valores culturais do próprio país. A ideia que tinha da cidade antes de me mudar era completamente diferente. Pensava que fossem mais reservados e cumpridores de regras (e que chegassem a horas!). O choque cultural do dia-a-dia é muito grande e a fase de adaptação é demorada. Se quisermos aprender e perceber a cultura/tradição inglesa mais genuinamente, temos de visitar outras cidades para além de Londres.
De que é que tem mais saudades de Portugal?
Da família, amigos, do mar, do sol e da comida. Sempre que volto a Portugal tenho de visitar os mesmos sítios, ver as mesmas pessoas e comer tudo a que não tenho tão fácil acesso. Tenho de me encher de memórias e coisas boas até à minha próxima viagem.
A mudança de vida para Londres fez-me valorizar as tantas coisas boas que temos em Portugal e que não damos valor. Fez-me questionar o que eu achava que era uma prioridade e a aproveitar mais os momentos com as pessoas de que gostamos.
A sua vida vai continuar por aí ou espera regressar?
De momento tenciono ficar até ao momento em que sinta que já está tudo explorado. Ainda tenho muitas ideias e projectos que quero pôr em prática antes de voltar. Depois logo se verá se vou para outra cidade ou se volto para Portugal.
“Aqui sentimos o stress e pressão de ultrapassarmos os nossos limites e sermos bem sucedidos todos os dias”
Em 2011 vim para Londres onde a fase de adaptação foi um processo demorado e cheio de desafios. A adaptação ao tempo, à comida a não saber o mesmo, a falar uma língua diferente todo o dia, a moeda a ser diferente ao que estava habituada e a adaptação às pessoas e maneiras de trabalhar diferentes, foram tempos que nunca esqueço.
Aqui sentimos o stress e pressão de ultrapassarmos os nossos limites e sermos bem sucedidos todos os dias. Temos de ter uma atitude muito pró-activa e de “fazer acontecer”.
Para se arranjar trabalho ou casa/quarto não se pode pensar “amanhã faço” porque a competição é muito renhida e o tempo para agarrar as oportunidades é curto.
Depois de dois estágios e quatro trabalhos diferentes, trabalho há três anos na Coach (empresa americana de malas de luxo), onde sou Area Visual Merchandiser, responsável pela instalação das montras da marca, organização visual dos produtos dentro das lojas e treino de todas as equipas de todas as lojas da Europa do Norte. É um trabalho que me dá muito prazer porque consigo conciliar a minha parte artística/criativa (relacionado com a minha licenciatura em Design Industrial) e a parte educacional no desenvolvimento das equipas (relacionado com o meu último trabalho em Portugal como professora de Educação Visual).
Apesar de estar baseada nos escritórios de Londres, viajo todos os meses para diferentes países, o que na maioria das vezes é bastante cansativo e não tenho tempo de parar em casa.
Para além de todo o trabalho e viagens, tenho sempre de arranjar tempo para a minha própria empresa de Joalharia “Catarina Militão Jewellery Design” onde desenho e produzo todas as colecções da marca, presentemente a serem vendidas em Portugal e no Reino Unido. É por vezes difícil conciliar tudo, mas com determinação e paixão pelo que fazemos, tudo é possível!
Catarina dos Santos Militão Gomes
