Humberto Marques abandona Câmara de Óbidos no final deste mandato

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Humberto Marques esteve na Câmara durante 16 anos, dois mandatos como vereador de Telmo Faria e mais dois como presidente

O presidente da Câmara não se recandidata ao terceiro mandato e a Concelhia de Óbidos do PSD já aprovou o nome de Filipe Daniel como candidato. O nome do cabeça de lista foi aprovado em plenário da mesa da assembleia de militantes

A concluir o segundo mandato como presidente de Câmara e, depois de ter exercido outros dois mandatos como vereador de Telmo Faria, Humberto Marques confirma, em declarações à Gazeta, que não se recandidata à Câmara de Óbidos nas próximas autárquicas.
“Mais do que entrar é preciso saber sair e sempre fui um ‘crítico’ de uma certa profissionalização na política”, diz o autarca que considera os 16 anos na autarquia tempo suficiente e que é necessário “abrir espaço” para que outros possam prosseguir os destinos do concelho.
Humberto Marques pretende regressar à atividade profissional de engenheiro agrónomo e garante que continuará a ser um “cidadão ativo, preocupado e disponível”.
À Gazeta das Caldas não esconde que nos últimos tempos sofreu muitas pressões para se recandidatar, mas que está tomada a decisão de fazer um “período sabático” da política. Lembra a entrevista que deu à Gazeta das Caldas em novembro de 2018, na qual anunciou que não seria candidato e que só voltaria com a palavra atrás “se estivesse em causa a continuidade do projeto”.
Como verificou que o PSD em Óbidos está “muito vivo e tem um capital humano capaz de dar continuidade ao trabalho e de fazer um refrescamento do ponto de vista de novos projetos e agendas”, opta por sair. O autarca considera que há um conjunto de pessoas com capacidades de levar por diante o trabalho das últimas décadas.
Entretanto, a Comissão Política Concelhia de Óbidos do PSD escolheu como candidato o engenheiro agrónomo e presidente da associação de regantes, Filipe Daniel, nome que, para Humberto Marques, reúne todas as condições para o cargo. “É uma pessoa jovem, muito determinada e tem a capacidade de saber ouvir, que é dos melhores atributos que se pode ter quando se está na vida pública”, diz, dando nota da sua experiência no mundo empresarial, mas também das preocupações sociais.

A troika e a pandemia
O presidente da Câmara mostra-se “orgulhoso” dos 16 anos que dedicou à vida pública e garante que deu o “melhor” de si no cargo. Reconhece que não fez tudo o que queria ter feito, mas, no essencial, considera que muito foi realizado em tempos particularmente difíceis. Recorda a crise que o concelho (e o país) atravessou de 2010 a 2014, com a troika e sem o quadro comunitário de apoio a funcionar, tendo em conta que este só arrancou em velocidade cruzeiro em 2016. Mais recentemente, a gestão da pandemia também exigiu uma “entrega ímpar”, disse, lembrando que, por “muitos anos de experiência autárquica que se tenha”, ninguém tinha passado “por momentos de tão grande incerteza e, ao mesmo tempo, com tão elevado nível de exigência”.
A pouco mais de seis meses de terminar funções, o autarca revela que sai de bem com o concelho e mostra-se disponível para ajudar naquilo a que for chamado a ajudar. Quanto ao futuro, não destaca a hipótese de um dia voltar, lembrando que a política faz parte da sua vida há cerca de 30 anos, inicialmente como membro da Assembleia Municipal de Óbidos. ■