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“Calou-se. Saiu. Saltei” é como se intitula a curta-metragem do realizador Bruno Carnide (formado pela ESAD) que venceu um dos prémios do público no festival bielorrusso Vagrant Film Club.
Este festival terminou a 25 de Agosto depois de ter passado também pela Polónia, Áustria, Eslováquia, Hungria e Ucrânia. Ao todo, estiveram a concurso 36 filmes de 22 países. O filme de Bruno Carnide foi o único português que estava a concurso e um dos seis premiados.
À Gazeta das Caldas o autor afirmou que não podia estar mais satisfeito por ver que o seu filme (falado em português e legendado em inglês) agradou ao público daquele festival. Até porque o Vagrant Film Club não é um festival qualquer pois dedica-se aos filmes independentes, fora do circuito comercial e é promovido por um grupo de cinéfilos viajantes, que levam o evento a várias localidades daqueles países.
Durante o Verão, os filmes a concurso são projectados ao ar livre em povoações dos vários países. Isto em ambiente de festa pois, para além dos filmes, o festival promove o convívio entre os cineastas independentes, entre outros eventos de cinema e cineclubes, numa atmosfera que defende a paz, o amor, a ecologia e a liberdade pessoal. Durante o Inverno, o próprio festival migra para o hemisfério sul, para países de clima subtropical ou equatorial, voltando, depois, para a Lapónia, Sibéria e países do Norte. Já foram projectados filmes na Península de Taimyr, durante as geadas, e no Congo, durante a estação chuvosa. Até as votações do público são diferentes. Em vez de um voto em papel ou on-line estes são feitos com flores do campo. “Os filmes mais votados foram aqueles que receberam mais flores das pessoas. Cada flor, cada voto”, contou o realizador que se formou em Som e Imagem na escola de artes caldense.
Curta-metragem
em película
“Calou-se. Saiu. Saltei” é a última curta metragem realizada por Bruno Carnide. O realizador, natural de Leiria explicou à Gazeta que o seu filme conta a história de um homem que relata momentos íntimos da sua vida e que vão desvendar a sua verdadeira essência.
O filme tem argumento de Paulo Kellerman, narração de Marcos Paixão e música original do Spring Quartet. Foi filmado em Super 8 – uma opção menos habitual num mundo de tendência digital-, o que permitiu dar à imagem “uma textura mais granulada, adequada à própria historia, pois dedica-se às memórias da personagem, algo que nem sempre é nítido”, disse.
Bruno Carnide contou ainda que o filme teve uma primeira exibição nas Caldas da Rainha, precisamente no Caldas Late Night deste ano.
O ex-aluno da ESAD (que é também o responsável pelo Leiria Film Fest, um evento anual que se realiza em Março na capital do distrito) está agora a trabalhar em mais duas curtas-metragens.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
