Artesanato em destaque no Centro de Artes

0
307
Américo Rodrigues e Vítor Marques, o diretor geral das Artes e o presidente da Câmara das Caldas na apresentação do novo livro

Livro trouxe secretária de Estado da Cultura às Caldas. Seguiu-se conversa sobre artes locais

O Espaço Concas acolheu, no sábado, 4 de maio, o lançamento do livro “Programa Saber Fazer Portugal”, com a presença da secretária de Estado da Cultura, Lurdes Craveiro, na primeira fila da assistência. Questionada sobre os museus da região, a governante escusou-se a responder dado o pouco tempo em que assumiu funções.
A obra foi apresentada pelo diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, e pelo edil caldense. Na sua intervenção, Vítor Marques referiu que o Centro de Artes irá celebrar os seus 40 anos em 2025 e que em breve passará a contar com um novo espaço, a Casa Amarela.
“Estamos gratos por integrar este projeto que eleva o artesanato e faz com que os ofícios possam ter a notoriedade que merecem”, rematou o presidente.
Sobre o “Saber Fazer Portugal”, Américo Rodrigues, da DGArtes referiu este estrutura o programa que dá destaque ao artesanato português e que é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
Do projeto faz parte um repositório digital “que está em crescimento contínuo e que divulga o trabalho dos artesãos que usam diferentes matérias-primas e que contam a história das artes e dos ofícios do país”, disse o convidado. Estão também a ser feitas novas rotas, a Rede Saber Fazer, assim como estão a decorrer Laboratórios de Intervenção Territorial, além da circulação da exposição “Produção artesanal portuguesa; a atualidade do Saber-Fazer ancestral”. Ao todo o projeto já inclui 591 artesãos.
Esta mostra, que esteve nas Caldas desde abril, estreou em Portugal por cá mas a sua inauguração decorreu no Luxemburgo. Foi feita nova mostra do artesanato português também no Rio de Janeiro.

“A exposição será mostrada por todo o país, dando destaque às artes e ofícios dessas regiões”, referiu Américo Rodrigues.
Nas Caldas estiveram em destaque os bordados, a cerâmica e a cutelaria e que irão constar num novo livro, a lançar em breve. Segundo Américo Rodrigues será também lançada a Rota da Cutelaria.
Este modelo será replicado nas restantes localidades por onde a exposição vai passar. “No final teremos uma coleção sobre as artes e ofícios e que se pretende que seja de referência nesta área”, disse o diretor geral. A próxima apresentação da mostra será em Odemira e terá foco nas fibras vegetais e na viola de arame. “Esperamos que as artes e ofícios tradicionais possam ter o mesmo investimento e dignidade que são dados às restantes artes”, rematou Américo Rodrigues.
Seguiu-se a conversa “Bordado, Cerâmica e Cutelaria: diálogos nas Caldas da Rainha” que foi moderada pela antropóloga Teresa Perdigão e que deu a conhecer a situação atual das várias artes locais. Participaram Principelina Loução (bordados), Carlos Enxuto (cerâmica), Paulo Tuna (cutelaria das Caldas) e Gilberto Ferreira (cutelaria de Bragança).
O debate passou pela fase ascendente que vive a cutelaria tradicional e também sobre a forma que os autores encontraram para seguir novos caminhos nos bordados das Caldas e também no que diz respeito à cerâmica de autor. ■