Caldense é autora da biografia de Passos Coelho

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DSC_0067Foi uma caldense – Sofia Aureliano, de 33 anos – a autora do livro que está a fazer correr muita tinta nos jornais. Trata-se da biografia autorizada de Pedro Passos Coelho, intitulada “Somos o que escolhemos ser”, que foi apresentada nas Caldas na passada sexta-feira, dia 8 de Maio.
A autora diz que o livro aborda uma perspectiva pessoal do “ser político”, caracterizando o primeiro-ministro como uma pessoa realista, calma e ao mesmo tempo inquietante.
Na apresentação da obra, que encheu o pequeno auditório do CCC, estiveram muitas pessoas ligadas ao PSD, partido do qual Sofia Aureliano é assessora na Assembleia da República, entre elas Fernando Costa, que é para ela uma referência.
“Não fosse Lisboa o centro do país e seria aqui o lançamento principal do livro”. As palavras foram de Sofia Aureliano, no lançamento da obra nas Caldas, cidade onde nasceu e que diz guardar no coração.
A assessora de comunicação do grupo parlamentar do PSD viveu nas Caldas até aos 12 anos, tendo frequentado a Infancoop, a escola primária do Bairro dos Arneiros e a preparatória D. João II. No entanto, mudou-se com a família para a capital devido a uma transferência ocorrida na vida profissional da mãe.
Foi em Lisboa que Sofia Aureliano prosseguiu estudos e carreira, mas a ligação às Caldas sempre se manteve. “Tenho muitos amigos cá e muitas referências. É a minha cidade”, disse à Gazeta das Caldas, dando nota das recordações que guarda do Parque, da biblioteca, ou dos trabalhos da escola que chegou a fazer junto à capela do Espírito Santo.
Apaixonada por política desde pequena, destaca a figura de Fernando Costa nas Caldas e o “respeito que as pessoas têm por ele”. E, apesar de apenas se ter tornado militante do PSD em Fevereiro de 2012, Sofia Aureliano diz ter tido sempre a mesma linha de pensamento político.
Antes, a caldense que se licenciou em Jornalismo Político e tirou uma pós-graduação em Comunicação Política, deu aulas, trabalhou em relações públicas e participou na produção do Contra-Informação, para a empresa Mandala. “Agora estou a levar com eles”, brinca a assessora que percebe e respeita o humor feito com o governo e com quem está no poder.

O SMS de Paulo Portas

Leitora de biografias políticas, Sofia Aureliano considera que em Portugal falta essa tradição, defendendo que as pessoas devem conhecer melhor em quem votam, sobretudo em eleições tão personalizadas como é o caso das legislativas.  Na obra que agora apresenta, “Somos o que escolhemos ser” – uma biografia de Pedro Passos Coelho – diz que tenta, através de uma linguagem acessível, que “os eleitores percebam o homem que está ali por detrás do político”.
No entanto, o facto que está a levantar mais polémica não tem a ver com  o cidadão Passos Coelho mas com o político. Trata-se da revelação de que Paulo Portas comunicou a sua demissão por SMS na crise política de Julho de 2013 quando a coligação governamental esteve por um fio.
Sofia Aureliano diz que se trata do capítulo mais pequeno do livro e que faz apenas uma descrição cronológica dos acontecimentos para mostrar a firmeza e capacidade analítica do biografado. Garante que não fazia a mínima ideia de que isto ia acontecer, até porque “toda a gente” sabia que o SMS existiu e que depois houve uma carta. “O SMS está lá para se perceber que entre o momento da recepção da mensagem e até falar ao país, no final do dia, [Pedro Passos Coelho] teve 15 minutos para reflectir, sozinho, e aquilo que disse à Comissão Permanente foi o que disse ao país”, refere.
A autora justifica ainda esta polémica com o facto de haver uma “grande sede de ver a coligação a arder” e diz que não teve qualquer intenção de contribuir nesse sentido. Até porque, destaca, no capitulo sobre a coligação, começa a dizer que esta funcionou e que este será o primeiro mandato da história da democracia em que um governo de coligação chega ao fim e, ainda por cima, com um programa de assistência financeira.
Nas Caldas a obra foi apresentada pelo presidente da concelhia do PSD e amigo do biografado, Hugo Oliveira, e contou com a presença na mesa da sessão, do presidente da Câmara, Tinta Ferreira, de Zita Seabra, da Aletheia Editores, e de António Salvador, proprietário do Jornal das Caldas.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt