Comerciantes e moradores unidos para festejar o Dia do Bairro Azul

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Alguns dos sócios da associação Os Moradores e Amigos do Bairro Azul de Caldas da Rainha

Os Moradores e Amigos do Bairro Azul de Caldas da Rainha é a nova associação caldense, criada em Março deste ano, que a 10 de Junho celebrou o dia oficial da colectividade com uma festa que juntou comerciantes, moradores e amigos do bairro na Rua Sargento Peixoto. Voltar a fazer deste bairro um ponto de referência do comércio tradicional (como em tempos já foi) é o principal objectivo desta associação, que também quer ver melhorados os acessos de estacionamento.

Por volta da uma da tarde a mesa da sede da associação já está bem composta, com frango assado, salgados, patés, pizzas, amêijoa, doces, bolos e bebidas. Só fica de barriga vazia quem quer porque comida há que chegue e sobre. Antes já desfilaram as bicicletas dos grupos etnográficos Boas Curvas (Ourém) e Amigos das Pasteleiras (Caldas e Óbidos). Foram seis as relíquias de duas rodas que abrilhantaram a festa.
O ambiente está animado, as bandeiras coloridas penduradas na rua recordam-nos que no fim-de-semana se celebram os santos populares. Aos poucos vai chegando mais gente e, chegada a hora do desfile das lojas do Bairro Azul, são mais de 50 pessoas as que se encontram reunidas na Rua Sargento Peixoto (Praceta).
Pela passadeira desfilam produtos e marcas dos estabelecimentos Pequi Kids, Pitau, Bago D’Ouro, Arte, Ideias e Companhia, Pedro Maçãs, A Caixeirinha, Mercearia do Bairro Azul e Batata Frita Ronda.
Alexandra Sousa é proprietária da garrafeira Bago D’Ouro e sócia dos Moradores e Amigos do Bairro Azul. “Ultimamente isto tem estado muito parado e como moradora e comerciante, concordei que algo deveria ser feito para dinamizar esta artéria da cidade”, diz, acrescentando que no bairro residem muitos idosos – que vivem sozinhos – e que uma das funções da associação é precisamente recolher informação desses moradores para lhes prestar auxílio em tarefas diárias como, por exemplo, uma ida ao supermercado ou à farmácia.
Para Alexandra Sousa as reuniões da colectividade também têm contribuído “para criar uma relação de companheirismo e amizade entre as pessoas do bairro. Pessoas que eu antes nem sabia o nome e limitava a cumprimentar com um olá”.
A seguir ao desfile, apresentado por João Carlos Costa, a festa continuou com a actuação do Grupo Coral Orfeão Caldense, do Rancho da Fanadia e de João Plácido.
Vitor Marques, presidente da União de Freguesias Nª Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório, também assistiu à passagem de modelos, salientando como é importante que continuem a nascer associações nas Caldas que dêem vida aos espaços da cidade. “Aqui no Bairro Azul essa vida estava escondida atrás das janelas, mas agora cada um pode sair de sua casa e contribuir para fazer crescer este bairro”, disse.

A segunda rua pedonal mais concorrida das Caldas

Depois da Rua das Montras, a Sebastião de Lima era a segunda rua pedonal mais concorrida das Caldas. Quem o diz é Joaquina Maria, 71 anos, aqui moradora desde 1970. Joaquina lembra-se bem dos Armazéns Conde Barão, da Maconde e do Super Linda, estabelecimentos de renome do Bairro Azul. Dos espaços mais antigos que conseguiram resistir à crise destacam-se a Pitau, o Talho Azul, a Garrafeira Bago D’Ouro e o Pingo de Mel.
Membro da associação, Joaquina Maria elogia a iniciativa, mas lamenta as pessoas que ainda continuam à varanda sem vontade de participar na dinamização do bairro. João Serrenho, proprietário da Pitau, salienta que “até aos anos 90 se verificou um crescente comercial, mas desde que perdemos a Praça do Peixe o movimento caiu muito”, acrescentando que em tempos a Rua Sebastião de Lima servia de transição entre o Bairro da Ponte e o comércio tradicional.
A ideia de criar a associação partiu de Cristina Hilário e Pedro Rosa, proprietários de três estabelecimentos no Bairro Azul (A Praceta, a fábrica de Batatas Frita Ronda e a Mercearia). Para os responsáveis a comemoração do dia oficial da colectividade “é o primeiro passo” e agora “o objectivo é que as pessoas continuem entusiasmadas para se organizarem mais actividades”. As primeiras reuniões começaram com 25 sócios (dos quais 14 comerciantes), mas durante a festa muitos foram os que preencheram a folha de inscrição.
“Há pontos a melhorar no bairro, como o estacionamento, a divulgação das lojas e as rendas dos espaços comerciais, que são muito elevadas e não atraem novos negócios”, acrescenta Pedro Rosa.