Ricardo Fernandes volta a vencer

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Descida da votação não impediu a reeleição do autarca socialista para mais quatro anos à frente do executivo

Ricardo Fernandes foi reeleito, novamente com maioria absoluta ,como presidente da Câmara Municipal do Bombarral, feito que o PS consegue pela primeira vez na história do concelho. Contudo, desta vez foi com uma diferença bem mais curta, de apenas 116 votos para o PSD, o que significa uma quebra de 7,81% (511 votos) em relação há quatro anos. Os socialistas garantiram 41,13% (2.602 votos) e os mesmos quatro lugares no executivo municipal.
O PSD, com Nuno Mota, pareceu ter errado estrategicamente ao não coligar-se com o CDS-PP, de Rosa Guerra, terceira força política mais votada, pois a soma dos votos dos dois partidos daria para derrotar a candidatura socialista por 187 de diferença. Os social-democratas obtiveram 38,18% (2.416 votos) e três vereadores.
O CDS-PP ficou em terceiro mas os 5,90% (373 votos) não permitiram que Rosa Guerra continue como vereadora.
Quanto aos restantes partidos, a CDU com Conceição Brazão viu descer a votação para 5,88% (372 votos) e a estreia do Chega, com João Hermenegildo, não foi além dos 297 votos (4,69%).

“A nossa reeleição com maioria
absoluta é um grande incentivo
para a equipa”

Ricardo Fernandes

Na Assembleia Municipal, apesar de continuar a ter sido o partido mais votado, o PS perdeu a maioria e dois deputados, ficando agora com nove, os mesmos que o PSD, o segundo com mais votos. A CDU foi a terceira força mais votada mas apenas elegeu um representante, perdendo um em relação a 2017. O CDS/PP garante na mesma um lugar e verifica-se a estreia do Chega com um representante neste órgão municipal.
Para garantir a presidência socialista da mesa da Assembleia Municipal, a eurodeputada Margarida Marques vai ter de negociar os votos com a oposição, porque não lhe vai chegar o apoio dos presidentes de junta do PS.
Para as Juntas de Freguesia do concelho, o PS reelegeu com maioria Sérgio Duarte para presidente da União das Freguesias de Bombarral e Vale Côvo e ‘roubou’ a presidência da Junta de Freguesia da Roliça ao PSD, elegendo com maioria Michelle Bispo, funcionária desta autarquia. Ao invés, o PS perdeu a Junta de Freguesia do Carvalhal, conquistada há quatro anos ao PSD, tendo os social-democratas conseguido eleger o antigo presidente da autarquia João Mendonça mas com maioria relativa. Também a Junta de Freguesia do Pó vai continuar de laranja, com maioria absoluta e a estreia de Álvaro Monteiro Benjamim como presidente, mas apenas um voto separou a vitória do candidato do PS, naquela que foi a vitória mais renhida da história.
Numa curta mensagem enviada aos eleitores, o presidente reeleito Ricardo Fernandes agradece a votação recebida e sublinha que a reeleição “com maioria absoluta é um grande incentivo para toda a equipa”. ■

 

Uma vitória mais curta para o PS

Ricardo Fernandes ganhou com maioria absoluta a reeleição para presidente da Câmara Municipal do Bombarral, mas desta vez foi mais difícil que há quatro anos, quando obteve a primeira vitória. Menos meio milhar de votos e apenas uma diferença de 186 votos para o principal partido da oposição, o PSD, parecem constituir um sinal de alerta para este mandato autárquico. Tal como em 2017, o edil centrou em si própria a campanha e a receita voltou a resultar.
Apesar da maioria absoluta no executivo camarário, as maiores dificuldades do PS vão surgir na Assembleia Municipal, onde perderam a maioria e estão empatados, com nove mandatos, com o PSD. As contas aqui vão também ser feitas com a CDU, CDS/PP e Chega.
Nuno Mota perdeu por pouco a presidência do executivo e, agora, o PSD vê como os votos do CDS/PP, com quem se coligou há quatro anos, poderiam fazer a diferença para a vitória. Ao contrário do rival, apostou numa campanha centrada na sua equipa, mas a colagem aos executivos social-democratas do passado, onde foi vice-presidente, pode ter contribuído para o resultado final.
Voltou a verificar-se uma bipolarização na votação dos bombarralenses. Além das juntas, os restantes partidos estão na Assembleia Municipal. ■