“Toma!” será o símbolo das futuras edições do Artshow

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1-esculturadoimetrosNo passado fim de semana, dias 27 e 28 de Setembro, decorreu na Expoeste o Artshow, iniciativa que atraiu 200 artistas de todo o país. Além da mostra de artes plásticas, o evento, promovido pela empresa caldense Paula Mendes com o apoio da autarquia, teve como símbolo um grande Toma estilizado, da autoria do escultor caldense Carlos Oliveira. Apesar da organização ter previsto 7500 visitantes, esta quarta edição terá ficado pelos 5000, durante os dois dias do evento.

A partir de agora o Artshow passa a ter um símbolo. Mede dois metros de altura e foi criado pelo escultor Carlos Oliveira. “É um Toma! estilizado que vai servir de modelo para reproduzirmos várias exemplares”, disse o escultor, que, em parceria com Paula Mendes, vai a partir deste modelo criar vários exemplares em fibra que serão depois decorados por vários artistas. “A ideia é fazer algo similar à Cow Parade, só que em vez de vacas, usamos como base um símbolo da cidade: o Toma, o famoso gesto do Zé Povinho”, disseram.
Apesar das entradas gratuitas, o público não acorreu ao certame, tendo sido procurado por cerca de 5.000 pessoas durante os dois dias, segundo a organização, que tinha uma expectativa de alcançar as 7500 pessoas. “O mau tempo de sábado também não ajudou”, disse António Marques, director da Expoeste.

NOVAS MANEIRAS DE ATRAIR GENTE

Paula Mendes contou que agora a crise se nota mais e até mesmo os concorridos workshops de artes decorativas contaram com menos participantes. Mas a organização não quer baixar os braços e continua a procurar formas de atrair gente à Expoeste. Este ano a poesia, a arte dramática e as aulas de zumba ajudaram a levar algumas dezenas de pessoas ao espaço expositivo das Caldas.
Para o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, o evento “está a melhorar de ano para ano”. O autarca acredita que a iniciativa se enquadra bem nas Caldas, que é “uma cidade de artes e de artistas”. Referiu que a autarquia colaborou com um pouco mais de apoio financeiro (este ano foram 8000 euros) “o que permitiu apostar na divulgação televisiva do evento”. O edil comprometeu-se a continuar a apoiar os promotores, se quiserem continuar a organizar de novas edições do Artshow.
Segundo Miguel Mendes, da organização, a ideia é que no futuro este evento possa ser apresentado noutras localidades. “Pelo menos, gostaríamos de realizar mais três a quatro Artshows por ano noutras cidades do país”, disse. O organizador salientou que as entradas vão continuar a ser grátis e também não cobram nada aos artistas. “Se houver retorno é para os próprios participantes”, referiu, acrescentando que de ano para ano também se tem notado a presença de jovens artistas, alguns ligados à ESAD.
Uma das participantes, Patrícia Caetano, frequentou o curso de Artes Plásticas na escola de artes caldense e acabou por ficar a viver no concelho. É de Leiria e como visitou o Artshow anterior, decidiu que este ano queria participar. Trouxe várias obras de arte e ainda livros que tem lançado, após ter tirado uma formação em ilustração cientifica.
Um pouco descontente com o pouco público estava Conceição Ruivo, presidente da Associação de Amizade e das Artes Galaico Portuguesa, que integra 300 sócios por todo o mundo, das áreas da pintura, fotografia e escultura e da cerâmica. A responsável trouxe às Caldas artistas portugueses e estrangeiros. Esta foi a terceira vez que veio a este evento caldense e lamentou o facto de “haver pouco público”. Acha que este ano, o Artshow “está mais virado para o artesanato, área que a mim não me diz nada”, disse a autora, formada nas Belas Artes de Lisboa, agora reformada e por isso à frente da associação de artistas.
O pintor alentejano António Saiote é outro dos autores que se encontrava a participar com as suas pinturas. É agrónomo e teve conhecimento do Artshow através de um amigo, o restaurador João Lourenço que mora nas Caldas. Na sua opinião, o evento “é uma ideia positiva e é pena que não haja em mais locais”.
Depois das artes plásticas e das artes decorativas, no próximo fim de semana, dias 3 e 4 de Outubro, será a vez das Velharias. Está prevista a participação de 250 vendedores de todo o país e, segundo António Marques, o espaço está completamente preenchido. As entradas custam um euro.

Natacha Narciso
nnarciso@gazatacaldas.com