Dança

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Teresa Marques
empresária

No próximo dia 29 de abril festeja-se o Dia Mundial da Dança. Infelizmente, devido à conjuntura que vivemos, mais uma vez não se vai conseguir festejar este dia condignamente. Mas pior que a ausência de festejos, é a limitação para quem gosta de dançar, que não o pode fazer com a facilidade a que estava habituado.
A dança é uma arte que dá liberdade de expressão a quem a pratica. A dança é, para quem a pratica, uma forma de estar na vida.
Vivemos numa cidade que tem uma vasta oferta de variados tipos de dança, não fosse Caldas da Rainha uma cidade de artes e artistas. O artigo que hoje escrevo é a minha homenagem a todos os amantes de todo e qualquer tipo de dança. No entanto, sem desprimor por ninguém, vou, naturalmente, falar da dança que melhor conheço: o Ballet. Cresci nesta cidade onde, desde muito pequena, tive a sorte de ter aulas desta apaixonante modalidade.
Caldas é uma cidade que tem ensino de ballet desde o fim da década de 1960. Ao longo destes quase 60 anos, várias escolas foram surgindo e muitos professores foram lecionando dança clássica, contemporânea e criativa. A todos o meu muito obrigada por manterem sempre vivo o gosto pelo Ballet.
Há uns anos, depois de um espetáculo do Grupo de Bailado da Casa da Cultura, na Ilha do Parque D. Carlos I, um senhor pergunta a uma das bailarinas: “Como é que vocês conseguem decorar tantos movimentos?”, ao que a jovem respondeu: “Não sei, nunca tinha pensado nisso. Mas penso que, tal como no Teatro, vamos ensaiando. Só que no Ballet as nossas palavras são os movimentos do nosso corpo”. No bailado interpretam-se sentimentos, exprimem-se emoções e cruzam-se olhares de cumplicidade. Por aqui pode entender-se a simbologia desta arte, assim como a sintonia que a dança cria entre as pessoas que a praticam.
Para mim, falar de Dança nas Caldas da Rainha é falar do nosso professor José Correia.
Um Homem que sempre nos transmitiu muita disciplina e rigor na dança, mas que também nos trouxe uma amizade com uma dimensão que, na altura, ninguém percebeu que existia. Só o passar do tempo, a distância e os vários anos sem nos encontrarmos nos mostraram o que o Zé nos tinha transmitido: Amor pela Dança; Amizade profunda uns pelos outros.
A este Grande Senhor, só tenho a dizer “Obrigada Zé”.
“Quem Dança é muito mais Feliz”, e eu, a dançar ballet, conheci a verdadeira Amizade e Felicidade. Que consigamos, em breve, voltar a ter a felicidade da dança presente nas nossas vidas. ■