A instituição investe no modelo do Movimento Escola Moderna, que defende a autonomia das crianças logo a partir da creche
A Infancoop – Cooperativa de Pais Trabalhadores para Apoio à Infância CRL – é uma entidade formada em 1975 e que possui as suas instalações na Rua Manuel Matos e Sousa. A cooperativa foi constituída em finais de 1974 por um grupo de pais que tentou colmatar a ausência de estruturas de apoio à criança dos 0 aos 3 anos nas Caldas.
A instituição possui atualmente salas de creche, pré-escolar e 1º ciclo de ensino básico, sendo frequentada por 257 crianças. Emprega 43 colaboradores (cinco professores, sete educadores em creche e quatro em pré-escolar). E conta com auxiliares, administrativos e quatro pessoas que fazem parte da equipa da cozinha.
Segundo Rute Santos, a Infancoop tem, neste momento, 75 crianças em 1º ciclo, 90 na creche e 92 em pré-escolar. Os dois berçários desta entidade têm um educador e um auxiliar. “Apesar de não ser obrigatório, consideramos que é muito importante”, explicou a responsável à Gazeta, notando que a instituição tem crianças das Caldas e também de vários concelhos do Oeste.
Muitas das crianças completam o percurso até ao 1º ciclo da instituição, que tem como modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna. “Primamos pela atenção à individualidade de cada criança e pelo apoio ao desenvolvimento de um comportamento assertivo, cooperante e autónomo”, nota Rute Santos. A responsável completa o raciocínio: “damos prioridade às nossas crianças que vão transitando da creche até completar o 1º ciclo”.
Mesmo com a pandemia, a instituição tenta trabalhar em conjunto e “com grande envolvimento dos pais”, disse Mónica Martins, que faz parte da atual direção da Infancoop.
De acordo com a investigação científica sobre o desenvolvimento infantil, iniciamos a aquisição de competências e as aprendizagens a partir dos interesses e das vivências das crianças, de modo a motivá-las e integrá-las progressivamente”, explicou Diana Branco (docente que é coordenadora do 1º ciclo), acrescentando que estas medidas são seguidas logo a partir da creche.
As crianças que frequentam a escola não têm manuais, “pois são os próprios que os constroem, com recurso a algumas obras de apoio”, completou a professora.
Na passagem para o 5º ano, o único “defeito” que apontam às crianças da Infancoop “é que são conversadores e que fazem muitas perguntas”, mas ninguém contesta os conhecimentos que apreenderam.
Segundo a docente, estas estratégias permitem que a criança compreenda mais facilmente os conteúdos abordados e que desenvolva competências de investigação, questionamento e pro-atividade.
Na Infancoop, a alimentação é e confecionadas “com produtos frescos, no local e no próprio dia”, disse a diretora técnica, acrescentando que na Infancoop há crianças com 63 tipos de restrições alimentares.
A entidade assegura esta alimentação diferenciada que é cumprida à regra. “Temos uma criança que tem uma alimentação cetogénica e que exige que tudo o que consome seja pesado à grama”, especificou, acrescentando que a instituição até adquiriu uma balança de precisão para o efeito. A criança andou na creche, passou para o pré-escolar e agora foram feitas obras no recreio para que a cadeira de rodas “possa passar e assim ele possa usufruir do espaço”, disse Rute Santos.
A diretora técnica reafirmou que a instituição “é uma segunda família onde a interajuda e a partilha se destacam”.
E nem a pandemia fez abrandar o ritmo das atividades que unem toda a comunidade da Infancoop, que tem vários parceiros na comunidade e uma participação solidária com entidades como a Refood.
Em altura de pandemia e para minimizar o risco de contaminação, é a própria entidade que providencia os bolos dos aniversariantes. da instituição. Entre muitos outros projetos, esta entidade com Certificação da Qualidade segundo a Norma ISO 9001:2008 proporciona aulas de ginástica e de informática desde a creche.