Problemas de Santa Catarina debatidos em mais um encontro autárquico do PS

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O PS/Caldas da Rainha voltou a juntar-se para debater o concelho, em mais um Encontro Autárquico. Em Santa Catarina – uma das maiores freguesias das Caldas – cerca de 40 pessoas enfrentaram as temperaturas baixas que se faziam sentir e passaram parte da tarde do dia 29 de Janeiro reunidas no Centro Social e Paroquial, num encontro onde se voltou a reforçar a importância de os autarcas chegarem cada vez mais próximo da população.

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Delfim Azevedo diz que estes encontros são também importantes para encontrar novos protagonistas para o PS

O impasse no projecto de habitação jovem na freguesia, o mau funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), resultado da falta de manutenção, a falta de sinalização nalgumas estradas da freguesia, a existência de alguns prédios devolutos na vila, (o que pode representar perigo de derrocada), e os constrangimentos ao nível dos serviços básicos de saúde, de que padece também a maioria das freguesias, foram alguns dos problemas da freguesia de Santa Catarina apontados no V Encontro Autárquico do PS/Caldas da Rainha, realizado no passado dia 29 de Janeiro.
Quanto à habitação jovem, diz-se em Santa Catarina que o projecto poderá estar em risco, dado que surgiu o interesse de construir no terreno que para ele estava reservado (junto ao Lar de Idosos) um conjunto de diversas residências de assistência geriátrica.
O vereador socialista Delfim Azevedo garante que “ao executivo camarário ainda não foi dado conhecimento desta situação”, mas afirma que vai averiguar se o que foi falado no encontro passa, ou não, de um rumor.
Já os problemas da ETAR foram averiguados in loco pelos vereadores socialistas, ao percorrerem a freguesia para fazerem um filme que foi apresentado na sessão de 29 de Janeiro. Apesar do aviso de que era proibida a entrada, o certo é que o portão da estação estava aberto, permitindo a entrada de qualquer pessoa. Lá dentro, alguns dos depósitos não tinham quaisquer vestígios de terem feito tratamento de resíduos, e havia caixas abertas, o que, para Delfim Azevedo e Rui Correia, representa um “perigo enorme”, sobretudo para crianças.
Questionando alguns dos presentes sobre o funcionamento da ETAR, os vereadores ficaram a saber que, tendo sido construída há mais de uma década, a ETAR “nunca terá funcionado em condições para o fim para que foi construída”. O resultado é que o esgoto acaba por nem chegar à estação, indo directamente para a linha de água. E porquê? Porque não está a ser feita a manutenção adequada.
O V Encontro Autárquico do PS em Santa Catarina foi aquele em que estiveram representadas mais freguesias pois em cada um participam sempre elementos de outras autarquias.
O PS está empenhado em afirmar estes encontros como um espaço de debate entre autarcas e eleitos, militantes, simpatizantes e membros das listas socialistas nas últimas eleições autárquicas. Por isso, não faltou espaço para que fossem levantadas questões sobre outros pontos do concelho.
O destaque foi para “a embrulhada do PDM, em que a Câmara anda para trás e para a frente, mas não se decide nada”, para a falta de saneamento público nalgumas zonas do concelho (um problema que se verifica sobretudo na freguesia de Alvorninha) e para o afastamento cada vez maior da sede de concelho relativamente às freguesias. A prova: os dois milhões de euros de verba da Regeneração Urbana destinam-se, exclusivamente, à cidade, não tendo sido contemplado nenhum dos outros centros urbanos do concelho. “Queremos Regeneração Urbana em todos os centros urbanos. Não podemos estar sempre virados para políticas de ruralidade”, defendeu o arquitecto Jaime Neto.
Para o socialista, a freguesia de Santa Catarina é um exemplo cabal deste afastamento. Embora seja a terceira freguesia mais importante do concelho, faltam-lhe condições para a fixação de indústrias e de população. “Não há estruturas, a estrada que liga a freguesia à cidade é curvas atrás de curvas”, apontou, acrescentando que “faltam políticas urbanísticas sérias” e que “é necessária a definição clara de núcleos urbanos”.
Presente na convenção, esteve também o arquitecto Pereira da Silva, que deu voz àquela que é uma das reivindicações do PS caldense, e um dos motivos que estiveram na origem destes encontros nas 16 freguesias do concelho. “É preciso que os problemas comecem a ser resolvidos nas freguesias. Se estão à espera que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha e o Fernando Costa resolvam, isso não vai acontecer, muito menos agora”, defendeu.
Nesse sentido, Delfim Azevedo faz um balanço muito positivo desta iniciativa do PS. “Muitas pessoas pensam que há mais conhecimento e saber na cidade do que nas freguesias. Estas reuniões mostram que não é assim e dão oportunidade às pessoas das freguesias de darem a conhecer o que sabem”, salienta. Por isso, acredita que as convenções autárquicas são, também, fundamentais para encontrar novas caras e novas ideias para a política local. “É preciso encontrar novos protagonistas”, aponta.
Alvorninha, Foz do Arelho, A-dos-Francos, Landal e Santa Catarina já acolheram os encontros, iniciados em Novembro de 2009. Segue-se a freguesia de Tornada, onde o PS reúne com militantes e simpatizantes já no próximo dia 26 de Fevereiro.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt