Associação de Defesa da Nazaré volta a contestar construção do Barra Talasso na praia

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A ADN acredita que na construção do Barra Talasso as imagens falam por si e comprovam as queixas feitas há mais de um ano

A Associação de Defesa da Nazaré (ADN) não desiste de alertar para o que diz ser “um putativo ‘crime’ no litoral português”. Trata-se do Barra Talasso, um centro de talassoterapia que está a ser edificado na praia da Nazaré, no local onde até ao ano passado funcionou um bar.
O projecto já motivou diversos comunicados por parte da ADN, que no início de 2011 apelou às entidades com competência na matéria que se pronunciassem sobre a construção que está a decorrer no areal.
A hipótese de haver localizações alternativas que minimizassem o impacto ambiental e urbanístico do centro, se tinha sido assegurado o cumprimento das normas legais e ambientais na atribuição de fundos comunitários ao projecto, e os motivos na base da “precipitação deste processo, destruindo paisagisticamente a praia da Nazaré”, foram algumas das questões colocadas na altura.

Mas o certo é que, até ao momento, a associação ainda não obteve resposta às suas queixas, que se iniciaram assim que o projecto entrou em discussão na autarquia nazarena, apontando que “a localização perspectivada, em cima do areal, significaria o agravamento de um atentado urbanístico e ambiental, criado com a edificação do Barra Restaurante Bar”. E parece não se deixar convencer com as promessas de enquadramento na paisagem e compensação da pegada ecológica deixadas pelo Grupo Miramar, promotor do equipamento.Agora, e acreditando que “a edificação de um monstruoso bloco de betão, com cerca de 1.000 metros quadrados, em plena praia da Nazaré, no ano de 2012, deverá ser caso único em Portugal”, a ADN reclama que “é tempo de dizer basta a esta violação ambiental e urbanística, sob pretexto de um designado ‘progresso’, que tem originado tantos ‘crimes urbanísticos’ em Portugal”. A associação defende ainda que é chegada a altura de todas as entidades envolvidas no projecto se pronunciarem publicamente.
No novo comunicado, a ADN exorta a uma tomada de posição do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e da Câmara da Nazaré enquanto responsáveis pelo licenciamento, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo enquanto responsável pelo Plano de Ordenamento da Orla Costeira, do programa Operacional do Centro e do Turismo de Portugal, como responsáveis pelo financiamento.
defendendo que “num Estado de direito democrático a praia deve ser pública e acessível a todos”, a associação nazarena pergunta se “iremos caminhar, agora, para a privatização das praias?”, que neste caso diz estar a ser levada a cabo de forma “encapotada”.