Balões e palmas em acção de homenagem a quem trabalhou no período de confinamento

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Gente de todas as idades participou nesta acção de sensibilização e de homenagem aos profissionais que estiveram a trabalhar durante os meses de confinamento, Março e Abril

No dia 10 de Junho, o tabuleiro da Praça da Fruta acolheu a iniciativa “Deixa Ir!” que contou com a participação de 50 pessoas.  A ideia inicial era fazer uma largada de balões biodegradáveis que levariam mensagens e os sentimentos menos positivos associados  à pandemia. A acção foi concretizada mas, em nome da salvaguarda do meio ambiente, a organização cancelou a largada de balões.  A acção foi transformada em acção de sensibilização e homenagem aos profissionais que trabalharam durante o confinamento

Ao fim da manhã do feriado de 10 de Junho, cerca de 50 pessoas reuniram-se no tabuleiro da Praça da Fruta para participar numa iniciativa de homenagem aos profissionais que se mantiveram a trabalhar durante o confinamento. Cada participante, usando a sua máscara, devia colocar-se nos quadrados brancos do tabuleiro, garantindo assim o distanciamento social, nesta acção que também quis assinalar o Dia de Portugal.
Antes da salva de palmas de homenagem, as pessoas escreveram mensagens que foram colocadas nos balões e que supostamente seriam largados em direcção ao céu. Só que os organizadores da iniciativa – do grupo Lugar de Produção – mudaram de ideias e decidiram, em nome da protecção do ambiente, não lançar os balões. Este eram feitos de materiais biodegradáveis, mas, ainda assim, demorariam entre quatro a seis meses a desaparecer dos locais onde fossem parar. E por isso decidiram “prescindir da largada”, explicaram Carol Peres, Bianca Dorini e Deisei Côrrea, as três responsáveis que formam o grupo Lugar de Produção.
São alunas do mestrado de Gestão Cultural da ESAD e todas possuem experiência na produção de eventos, que adquiriram em várias vertentes artísticas no Brasil. Ao grupo juntou-se Nicola Henriques, do Silos Contentor Criativo.
Uma das organizadoras, Deisei Côrrea, durante o evento, leu um manifesto que deu a conhecer que se vive o início de uma nova era, marcada pelo fim de velhos modelos. Além da referência à sustentabilidade, estes são dias em que a cooperação social e a esperança são fundamentais, sobretudo a quem está a passar dificuldades devido à pandemia. No seus discursos, a organizadora também destacou o papel da Cultura, defendendo que a arte deve estar na ruam mais próxima da população. Na sua opinião, é necessário, mais do que nunca, activar a cidadania “em nome de um desenvolvimento humano harmonioso”. Segundo Deisei Côrrea é nesta hora que a cooperação social “dá força” à população.

DE VOLTA À SOCIALIZAÇÃO

Após a leitura do manifesto, seguiram-se as fortes e sentidas salvas de palmas dos participantes, num momento emotivo e solene de agradecimento aos que estiveram sempre a trabalhar quando a maioria esteve nas suas casas, evitando assim o contágio da covid-19.
Nicola Henriques, parceiro na organização desta iniciativa, deu a conhecer que a esta acção se seguirão outros eventos como exposições na Praça da Fruta e no Mercado do Peixe.
“Daqui a dois anos estas acções culturais vão culminar na realização de um grande festival”, rematou.
David Gomes, um dos participantes entende como positivas este tipo de iniciativas “que promovam o contacto com quem organiza eventos culturais”. Na sua opinião, é importante que haja gente a trabalhar para que iniciativas deste tipo possam acontecer nesta altura de desconfinamento.
Por seu lado, Flora Presta e Giovana Peres consideram que estas acções “são boas para voltarmos a socializar, depois do confinamento”.
Esta acção, promovida pelo grupo Lugar da Produção, contou com o apoio da Câmara das Caldas, das Juntas de Freguesia urbanas, da ACCCRO e de várias empresas locais.