Caldas vai homenagear D. Leonor nos 500 anos da sua morte

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Os homenageados pela Câmara das Caldas no Dia da Cidade

Sessão solene aproveitada para apresentar o trabalho feito e projetos previstos pelo executivo

Ligada de forma fundacional à Rainha D. Leonor, que mandou construir o hospital termal, as Caldas da Rainha pretende ir mais além na sua homenagem à monarca associando-se à Misericórdia de Lisboa e ao Museu do Azulejo (onde esta se encontra sepultada), nas comemorações dos 500 anos da sua morte. O ciclo de comemorações, que se prolongará até 2025, ano que perfaz os 500 anos do falecimento da rainha, “assinalarão a fundação institucional do nosso “Hospital Termal” e dos mais de 525 anos passados desde a data da instituição da Misericórdia de Lisboa”, anunciou o presidente da Câmara, Vítor Marques, na sessão solene de atribuição das medalhas.
O autarca assumiu a saúde como a área prioritária. Lembrou a “fragilidade da resposta local ao nível dos cuidados primários de saúde”, defendendo que o município tem desenvolvido diversas ações junto do ministério e tem feito o que está ao seu alcance, nomeadamente a requalificação do centro de saúde e do Centro de Respostas Integradas. Na vertente dos cuidados hospitalares, já apoiou o CHO com 725 mil euros para obras no equipamento hospitalar e está a “lutar” pela manutenção da sua unidade hospitalar, no contexto da construção do novo hospital do Oeste, apelando à mobilização de todos. O município está a elaborar a Estratégia Municipal da Saúde e já viu aprovada a sua candidatura da Estratégia Local de Habitação – 1.º Direito, no valor global de três milhões de euros que permitirão a intervenção em 31 agregados. Para além disso, prevê a reabilitação e construção de novos fogos, criação de habitação jovem e a aquisição de imóveis para habitação de caráter social. No plano económico, o autarca elencou diversos projetos previstos, como a candidatura aos “Bairros Comerciais Digitais”, no valor de dois milhões de euros, a ocupar uma área total de 27 hectares e abrangendo 518 atividades económicas.
Num extenso discurso, Vítor Marques falou ainda da modernização administrativa e reorganização dos serviços municipais em curso e da abertura, para breve, do Gabinete de Apoio ao Munícipe, no edifício dos Paços do concelho. Elencou os projetos e a visão da autarquia para cada uma das suas áreas de intervenção e, entre o que considerou “projetos transformadores” para as Caldas, salientou a concretização das obras de reabilitação do Centro da Juventude, do Parque Escolar e da Biblioteca Municipal, bem como dos equipamentos culturais da autarquia. Serão criadas novas ciclovias e, durante este ano, será lançado um “debate de ideias e propostas que preconize uma intervenção estratégica na Praça da República (Fruta)”. Está também prevista a reabilitação da zona envolvente ao Chafariz das 5 Bicas e a sua articulação com o Jardim de Água e a Mata, uma intervenção na Expoeste e zona envolvente, a requalificação da Frente Marítima e Lagunar e a reabilitação das entradas Norte e Poente da cidade. Serão ainda elaborados projetos para a requalificação das ruas Diário de Notícias e Ponte e Sousa e das Rotundas da Fonte Luminosa e Bairro das Morenas e “prevê-se a relocalização do mercado semanal, permitindo a valorização urbanística do espaço onde atualmente está instalado”, concretizou.
Vítor Marques lembrou que, numa altura crise económica e social, a Câmara não aumentou impostos, mantém os pagamentos em dia aos fornecedores e tem capacidade de investimento. Candidatou cerca de 28 milhões de euros de projetos ao próximo quadro comunitário de apoio mas, porventura, “alguns destes “sonhos”, alguns destes investimentos, somente estarão concretizados, para lá do horizonte deste mandato”, reconheceu o autarca.
O presidente da Assembleia Municipal, Lalanda Ribeiro, mostrou a sua preocupação com o atraso na obra da Linha do Oeste e alertou para a “luta” que terá de ser travada para que a eletrificação tenha continuidade para norte. Outro dos problemas “crónicos” do concelho é a Lagoa, cujo assoreamento não dá tréguas e que o levou a equacionar uma solução mais definitiva para a “aberta”, como preconizava um estudo do LNEC. Lalanda Ribeiro defendeu ainda a construção de um novo hospital entre Caldas e Óbidos, localização que considera a “mais favorável para os cidadãos do Oeste”.
Por fim, destacou a entrega da medalha de honra à empresa Tomaz dos Santos, que “durante muitos anos foi o grande suporte das receitas municipais” e que “sempre recusou sair das Caldas”.
A sessão começou com uma homenagem a João Serra, recentemente falecido. Também o presidente da Câmara viria a relembrá-lo pelo “notável percurso de vida ligado à educação e à cultura”, destacando o seu papel na criação da ESAD. Ao palco subiram 16 personalidades e entidades, distinguidas com a medalha de honra e as de mérito municipal.
A música também esteve presente. No exterior do CCC, a Banda Comércio e Indústria, deu as boas vindas aos participantes na cerimónia, e já durante o evento, o grupo Jogralesca, composto por músicos da região das Caldas da Rainha, interpretou reportório musical contemporâneo da Rainha D. Leonor. ■