Joaquim Bogalho, o beneditense que construiu o Estádio da Luz

0
805
Joaquim Ferreira Bugalho cumprimenta o mítico Di Stefano (Real Madrid)

Entrou para a história do Benfica, como um dos melhores e mais persistentes presidentes de sempre das águias

O Estádio da Luz como hoje conhecemos é um dos recintos desportivos mais imponentes do Velho Continente, mas muitos adeptos do Benfica e do futebol têm gratas recordações do antigo Estádio da Luz. Podem é não saber que foi um beneditense que concretizou a construção e entrou para a história das águias, como um dos mais persistentes presidentes de sempre do clube.
Joaquim Ferreira Bogalho foi eleito em 15 de março de 1952 e o primeiro presidente do Benfica a perceber a necessidade de profissionalizar o futebol e a montar as bases que tornariam o clube numa grande referências da Europa nos anos 1960. E foi dele a ideia de construir um estádio próprio para os encarnados, que até 1954 jogavam num campo sem condições e cedido pelo… rival Sporting.
Naquela época, o Benfica estava sem dinheiro e à beira da bancarrota e, por isso, o beneditense apelou à alma benfiquista para construir o estádio, dizendo: “A obra é para todos, tem, portanto, de ser obra de todos”.
Fez leilões, vendeu rifas, fez campanhas por cimento, transformou o apoio aos sócios e simpatizantes em força de trabalho e meteu mãos à obra. A 1 de dezembro de 1954, consumou o grande objetivo de vida, inaugurando o então Estádio de Carnide, mais tarde rebaptizado da Luz.
Foi sob a liderança de Ferreira Bogalho que o Benfica contratou Otto Glória, permitindo criar as bases para ultrapassar Sporting e Benfica e tornar-se grande na Europa, o que se concretizaria na década de 1960. E foi também durante a presidência do homem que nasceu na Benedita em 1899 que a mística do clube ganhou projeção, para o que contribuiu o hino “Ser Benfiquista”, com uma letra escrita por Paulino Gomes Júnior, na época director do jornal “O Benfica”, e cantado por Luís Piçarra.
Profissionalmente, era um dos sócios da Casa de Câmbios Costa, na Rua do Ouro, o que lhe permitiu algum desafogo financeiro, apesar de não ser considerado um homem rico. Amante do ciclismo e do futebol, foi guarda-redes, mas nunca atingiu um grande nível. Ao invés, como dirigente, o Joaquim… da Calçada, como era conhecido, deixou uma forte marca. ■