Ligeiro decréscimo este ano nas ofertas para o Banco Alimentar

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Nos dias 1 e 2 de Junho foram recolhidas 2.445 toneladas de alimentos para ajudar as famílias com comprovadas carências alimentares de todo o país, numa altura em que os portugueses se vêem a braços com cortes de rendimentos e dificuldades acrescidas em fazer frente às despesas. Isso acabou por se reflectir em valores menores aos registados aos da campanha homóloga, em Maio de 2012, em que tinham sido recebidas 2640 toneadas de alimentos. Ou seja, houve uma redução de 195 toneladas a nível nacional.
Na região Oeste a populaçao também respondeu em força ao apelo do Banco Alimentar e contribuiu com um total de 67,6 toneladas de alimentos nos pontos de recolha dos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos e Peniche. No entanto, este valor representa um decréscimo de 15,5% em relação ao total de géneros alimentares recolhidos na campanha do ano ano passado para o Banco Alimentar do Oeste. “Isto confirma a deterioração das condições económicas e, em particular, a contracção do rendimento disponível das famílias”, diz um comunicado da instituição.

À recolha levada a cabo nas superfícies comerciais junta-se ainda a recolha directa, que permite a contribuição em freguesias rurais e de pequenos produtores. Este ano foram recolhidas mais de quatro toneladas de alimentos nas localidades de Cela, Cós e Vimeiro (Alcobaça); Mercado Municipal do Bombarral; Alguber, Figueiros, Painho e Vilar (Cadaval); Santa Catarina (Caldas da Rainha); Abelheira, Atalaia, Lourinhã, Marteleira, Miragaia, Moita dos Ferreiros, Moledo, Reguengo Grande, Ribamar, Santa Bárbara, São Bartolomeu, Sobral, Vimeiro, Zambujeira/Serra do Calvo (Lourinhã).
Fundamentais no sucesso desta campanha foram também os cerca de 1.500 voluntários que nos oito concelhos, bem como no armazém do Banco Alimentar do Oeste (na estação ferroviária das Caldas), garantiram a recolha, o transporte, a pesagem e separação dos alimentos. Depois de dois dias frenéticos, os bens alimentares recolhidos (bem como os excedentes doados diariamente por produtores, comerciantes e empresas do ramo alimentar) serão distribuídos através de 60 instituições de solidariedade social da região, sob a forma de cabazes ou de refeições já confeccionadas. Uma ajuda que chega a cerca de 9.000 pessoas dos oito concelhos.
No balanço da campanha, os responsáveis do Banco Alimentar referem que apesar da quebra verificada, os resultados mostram que os portugueses “quiseram demonstrar que, apesar da profunda crise económica que afecta tantas famílias, continuam motivados para ajudar a minorar as dificuldades dos mais carenciados”.

Ajuda em forma de papel

A campanha de recolha de bens alimentares junto das populações está de volta no mês de Novembro, mas há também outras formas de ajudar a colocar alimentos na mesa dos que mais precisam. E uma delas é entregando papel para reciclar ao Banco Alimentar.
Em 2012, o Banco Alimentar do Oeste recolheu cerca de 148 toneladas quilogramas de papel, o que se traduziu em 14.797 euros de bens alimentares. “Um importante complemento para os cabazes mensais que o Banco Alimentar do Oeste entrega às Instituições para distribuição por famílias comprovadamente carenciadas, bem como para o apoio alimentar dado aos refeitórios sociais e instituições”, afirmam os responsáveis.
Acrescentando que os resultados da campanha de recolha de papel têm melhorado de trimestre para trimestre, o que demonstra “o espírito solidário e ecológico dos habitantes da zona Oeste”, o Banco Alimentar diz que o sucesso se deve “ao pequeno grande gesto de muitos particulares, instituições e organismos públicos que vêm separando e entregando todo o papel de que já não necessitam e que, assim, se torna valioso”. De salientar ainda o trabalho dos voluntários que separam o papel de outros materiais com que este vem misturado. J.F.