Psicólogo percorre EN2 a caminhar contra a violência doméstica

0
740
João Mota (à esquerda), no dia 0, à chegada a Chaves, onde iniciou a sua viagem de 738 quilómetros

João Mota trabalha na Câmara de Alcobaça e decidiu fazer a viagem de 738 km para alertar para esta causa

João Mota, que reside em Vale de Maceira (Alcobaça) e estudou nas Caldas da Rainha, na Bordalo Pinheiro, vai “Caminhar contra a violência doméstica”, percorrendo a mítica Estrada Nacional 2 entre Chaves e Faro.
O psicólogo clínico fará esta viagem sozinho, a pé, atravessando o país de Norte a Sul, num total de 738 quilómetros.
O alcobacense partiu no domingo passado, dia 30 de maio, e tinha previsto fazer a viagem em, pelo menos, 24 dias, mas não se mostrava propriamente preocupado em seguir um calendário específico, mas sim em apreciar a beleza do caminho traçado. João Mota sabe para onde vai e agora quer desfrutar da viagem.
“Há muita gente a fazer a EN2, a nossa Route 66, a pé, ou de bicicleta ou de outras formas e a utilizar a viagem para chamar a atenção para causas importantes, como a violência doméstica”, contou João Mota à Gazeta das Caldas.
O psicólogo sente que o problema da violência doméstica “provavelmente terá aumentado durante a pandemia” e salienta que “há um longo caminho a percorrer e muito ainda por fazer para acabar com este flagelo”.
Para hoje, 4 de junho, o alcobacense tinha previsto viajar entre Ribolhos e Viseu. A chegada a Faro está prevista para o dia 23 de junho, mas essa data é apenas uma estimativa, até porque o que mais interessa é mesmo a viagem.
João Mota está a escrever um diário de bordo que partilha diariamente nas suas redes sociais, permitindo assim a todos os que queiram ir acompanhando esta aventura. Por outro lado, essa iniciativa permite-lhe também ir recebendo da parte destes algum apoio.

“Há um longo caminho a percorrer e muito ainda por fazer para acabar com este flagelo”

João Mota

T-shirts caldenses com frases
Uma particularidade é que o alcobacense leva vestidas t-shirts produzidas pelo caldense Bruno Prates (cartoonista que é colaborador da Gazeta das Caldas).
Em tons vivos, cada t-shirt contém uma frase de uma lista das mais recorrentes que João Mota tem ouvido nas queixas por violência doméstica que recebe.
“Só queria que ele(a) mudasse!”, “Anda, mostra-me as mensagens ou estás com medo?” e ainda “Se contas a alguém ficas sem os teus filhos” são alguns dos exemplos das frases dos agressores que ao longo dos anos, João Mota mais tem ouvido no decurso da sua atividade profissional.
O alcobacense é atualmente Técnico de Apoio à Vítima na Câmara Municipal de Alcobaça e já trabalhou também, entre outros, na escola Adães Bermudes, também na cidade de Alcobaça.