Sem avançar localização para a UCI, o CHO garante que todos os utentes da área de influência serão abrangidos pela resposta

A necessidade de uma Unidade de Cuidados Intensivos no Centro Hospitalar do Oeste é defendida tanto por este organismo público como pela Câmara das Caldas. A sua não inclusão na proposta da Comissão de Revisão da Rede de Cuidados Intensivos, levou a Câmara a pedir uma audiência à ministra da Saúde

Tendo em conta que não dispõe de resposta interna de cuidados intensivos ou intermédios, transferindo para outros hospitais os doentes com necessidades de tais cuidados, o CHO desenvolveu um projecto de criação de um Serviço de Medicina Intensiva. Este integrará cuidados intensivos e intermédios, visando disponibilizar uma carteira de serviços “mais robusta, que permita dispor dos vários níveis de cuidados críticos, a que os nossos doentes têm direito”, explica a presidente do CHO, Elsa Baião.
A criação deste serviço possibilitará, também, ao centro hospitalar responder com maior autonomia ao desafio da pandemia, acrescenta.
O projecto, orçamentado em um milhão de euros, está para aprovação da tutela. Contudo, a proposta de revisão da Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação – Medicina Intensiva não contempla esta proposta, pelo que o conselho de administração já apresentou, no âmbito do processo de consulta pública, a “fundamentação da necessidade de criação” de um Serviço de Medicina Intensiva neste centro hospitalar.
Elsa Baião destaca que a resposta em Medicina Intensiva permite dispor de uma equipa com capacidade para abordar, de forma global, integrada e multidisciplinar, doentes complexos e graves. Além disso, evita a necessidade de deslocação de vários doentes críticos para unidades hospitalares de Lisboa e viabiliza o reforço da capacidade interna de realizar cirurgias mais diferenciadas, em diversas especialidades.
“A pandemia que actualmente vivemos vem contribuir para sublinhar a importância da resposta em medicina intensiva e para uma aproximação do nosso país aos rácios internacionais de cobertura de camas de cuidados intensivos”, defende o conselho de administração do CHO.
Também a Câmara das Caldas já deliberou, por unanimidade, manifestar o seu desagrado pela “total ausência” de proposta futura para o CHO no que refere a cuidados intensivos, e inquirir da razão para tal. Decidiu também solicitar uma reunião, com carácter de urgência, à ministra da Saúde, Marta Temido, para abordar a situação e o seu descontentamento.
Posição idêntica foi tomada publicamente pela Comissão de Utentes do CHO, que questiona o governo sobre os critérios utilizados e espera uma audiência com a ministra para abordar a questão.