“Velha Casa” levado à cena na Electricidade Estética

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O espaço ocupado pela Electricidade Estética revelou-se eficaz para este projecto, que ocupa sempre uma casa velha e vazia

A companhia João Garcia Miguel (JGM) apresentou, a 19 de Julho, no espaço da Electricidade Estética, nas Caldas da Rainha, o espectáculo “Velha Casa”, que se baseia num texto com o mesmo nome do escritor Luiz Pacheco.
A Electricidade Estética é uma iniciativa de alunos e ex-alunos da ESAD que tem como objectivo dar a conhecer as várias vertentes artísticas, mas também fazer reflexão sobre arte. Desta vez o espaço que ocupam na rua Emídio Coelho recebeu uma peça de teatro apresentada em sessões contínuas, de 25 em 25 minutos, numa cozinha e em dois quartos.
A primeira versão deste espectáculo surgiu de um convite à companhia JGM pela directora do Festival Internacional de Artes de Rua (FIAR), que se realiza em Palmela. Foi nesta cidade, com a presença na plateia de alguns dos filhos de Luiz Pacheco, que a peça se estreou em 2008.
Nessa altura participaram cinco autores e actores, cada um ocupando uma divisão da casa. Depois disso houve uma outra apresentação em Lisboa (Alfama) e este ano o projecto foi reformulado.
Esta segunda versão foi criada na sequência do programa de estágios da companhia JGM, que decorreu no Sobral do Parelhão, na “Excola de Artes do Carvalhal”. Estes estágios tiveram como destinatários jovens criadores, a quem foi pedido que criassem um objecto artístico que envolvesse a comunidade da aldeia do Sobral do Parelhão.
O espaço ocupado nas Caldas da Rainha pela Electricidade Estética revelou-se eficaz para este projecto, que ocupa sempre uma casa vazia e velha, onde em cada divisão existem histórias e imagens do passado “que se abrem como portas para o presente, para uma nova infância”, revela a sinopse.
O texto original de Luiz Pacheco é descrito pelo autor como sendo confessional, de alguém que regressa aos quartos e salas da infância sem ter cumprido os desejos de menino.
Segundo Daniel Coimbra, responsável pela assistência técnica da JGM, quando os filhos de Luiz Pacheco foram assistir à peça em Palmela, foi notório como se emocionaram. “No texto também se fala deles, a partir da visão do pai”, comentou Daniel Coimbra.
Para os responsáveis do projecto, faz também todo o sentido ter sido feita uma apresentação nas Caldas da Rainha, cidade onde o escritor viveu vários anos.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt