Caldas põe termo à crise com reviravolta na segunda parte

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Cascão
Filipe Cascão entrou na segunda parte e criou muitos problemas aos defesas do Vilafranquense |Joel Ribeiro

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Rui Mendes, Assistentes: Afonso Silveira e Adriano Sousa, AF Santarém
CALDAS                              2
Luís Paulo [3]; Juvenal [3], Militão [3], Rui Almeida [3] (C) e Clemente [3]; André Santos [4], Paulo Inácio [3] e A. Simões [2] (Cascão [4] 45); Januário [4] (Farinha [1] 81), João Rodrigues [4] e Sabino [2] (Marcelo [3] 45)
Não utilizados: Natalino, Danny Rafael, Diogo Bento, Tonicha
Treinador: José Vala
VILAFRANQUENSE           1
Tiago; Ruben (Fábio Freire 79’), M. Lourenço (C), Wagner e Charles; David Moura (José Lúcio 57’) e Izata; Bitó, Alfa e Figo; Zaporo (Marocas 53’)
Não utilizados: Rodrigo, Veiga, Barbosa, Bernardo
Treinador: Filipe Coelho
Ao intervalo: 0-1
Marcador: Bitó (38’), João Rodrigues (64’), Januário (75’)
Disciplina: Amarelo a Charles (32’ e 55’). Vermelho por acumulação a Charles (55’)

Não se livrou de um susto o Caldas, que na primeira metade foi idêntico ao que perdeu os três últimos jogos e saiu em desvantagem, mas na segunda revelou toda a alma alvinegra e virou o resultado. Mesmo que a reviravolta tenha sido ‘contra 10’, o Vilafranquense dignificou muito a vitória do Caldas, que acabou esgotado e encostado às cordas, mas seguro e unido em torno de um triunfo muito desejado.
José Vala disse na última partida que era preciso mudar algumas coisas, o que até testou nos minutos finais da partida em Torres Vedras. Sabino foi promovido à titularidade e jogar na posição 9, com João Rodrigues a recuar para segundo avançado rodeado por Januário e Simões. Estes dois actuavam como falsos extremos, ora abrindo nos corredores, ora reforçando o corredor central.
O Caldas era forte nessa zona, ganhava a bola, mas continuava a ser, no processo de definição do ataque final à baliza muito pouco objectivo. Do outro lado o jogo não era muito melhor.
Foi André Santos que deu a primeira sacudidela na partida, num livre lateral que tentou cobrar directo. A bola não passou longe do alvo. O Caldas começou a crescer e teve em Januário outro lance perigoso, com um centro à direita ao qual João Rodrigues por pouco não chegou. Esse era o flanco mais activo do Caldas e foi daí que nasceu o golo… do Vilafranquense. Numa subida, Juvenal acabou por fazer falta no ataque. O guarda-redes cobrou a falta e aproveitou o adiantamento do lateral para lançar Figo, este bateu a oposição numa diagonal para a área, atirou para a defesa de Luís Paulo e Bitó surgiu sozinho para a recarga.
Era um filme que se repetia mais uma vez, bastava um erro para que os pelicanos se vissem em desvantagem.
José Vala não baixou os braços e mudou tudo na segunda parte. Simões e Sabino ficaram no balneário, Marcelo e Cascão tomaram-lhes o lugar e João Rodrigues voltou à posição 9. O jovem extremo Gaeirense, que já tinha dado boas indicações em Torres Vedras, entrou para ‘partir tudo’. Deu ao Caldas a objectividade e o risco e o assumir o que até ali vinha a faltar, com vários arranques em diagonal para a área, no um para um, que causaram estragos ainda antes da expulsão (ingénua) de Charles.
Essa foi outra ajuda. Avisado e reavisado para não demorar nas reposições laterais, e já com um amarelo, o lateral reincidiu e recebeu ordem de expulsão.
O Caldas até se afectou um pouco com a vantagem numérica, mas depressa retomou a ofensiva e em nove minutos e deu a volta. João Rodrigues empatou com um remate certeiro na área, depois de uma recuperação de bola do meio campo caldense. Num canto de André Santos, desviado pelo avançado, Januário garantiu o triunfo.

MELHOR DO CALDAS

André Santos 4

Exibição tremenda do camisola 88. Foi um verdadeiro box to box, capaz de cobrir espaço defensivo, de orquestrar as saídas em ataque e foi sempre uma voz activa a puxar pelos companheiros. Uma missão que o levou à exaustão, como se percebeu num dos últimos lances do jogo em que já não teve forças para rematar à baliza.

Filipe Cascão, jogador do Caldas

O trabalho compensa

Precisávamos de um jogo destes e desta vitória, que já merecíamos. Esperamos que seja um ponto de viragem, que é o que nós e os adeptos desejamos. O treinador apostou em mim, dei o meu melhor e consegui corresponder ao que o mister pediu. É sempre importante e muito bom poder ajudar a equipa. O primeiro ano de sénior é difícil jogar tantas vezes, estou tranquilo com isso, estou para trabalhar e estou a ver que o trabalho compensa.

José Vala, treinador do Caldas

Natal mais feliz

Foi uma partida equilibrada. Na primeira parte entrámos um pouco apáticos. Ao intervalo precisávamos de ir atrás do resultado e melhorar bastante o nosso jogo. O Vilafranquense esteve muito tempo com 10 elementos mas antes estávamos a pressionar mais e a ser superiores. Concordo com a expulsão porque o árbitro já o tinha avisado várias vezes para repor mais depressa. Vamos passar o Natal e o Ano mais felizes por esta vitória. Estávamos num mau momento, não fizemos um grande jogo tivemos uma alma e um querer muito grandes, ganhámos e espero que voltemos com mais ambição e qualidade.

Filipe Coelho, treinador do Vilafranquense

Expulsão

Estávamos por cima do jogo, a ganhar 1-0 quando nos expulsam um jogador que teve a bola na mão cinco segundos para fazer lançamento. Não adianta lamentar, infelizmente é assim o futebol.