O Caldas sai com brilho e com o orgulho dos seus adeptos

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Gazeta das Caldas

1-Muito-boa_3797Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Nuno Almeida, Assistentes: Nuno Vicente e Luís Ramos, Algarve
Caldas            0
João Guerra [4]; Militão [3], Rui Almeida [3] (C) (Sabino [3] 56’), Rony [3] e Clemente [4]; André Santos [3], Paulo Inácio [4] e Tiago Esgaio [3]; Nuno Januário [3] (Telmo [2], 75’), Diego Zaporo [3] e João Rodrigues [4] (Luís Farinha [2], 56’)
Suplentes: Luís Paulo, André Cruz, Danny Rafael, André Simões
Treinador: Ricardo Moura
Estoril            1
Georgemy; Anderson Luís, Yohan Tavares, Diego Carlos e Mano; Afonso Taira, Matheuzinho e Matheus (Babanco, 71); Chaparro, Dieguinho e Gerso (Luiz Phellype, 78)
Suplentes: Ruben Dionísio, Bruno Miguel, Billal, Tijane, Anderson Isiti
Treinador: Fabiano Soares
Ao intervalo: 0-1
Marcador: Dieguinho (22’)
Disciplina: Amarelo para Rui Almeida (2’), André Santos (27’), Matheuzinho (31’), Diego Zaporo (47’), Militão (65’), Anderson Luís (75’), Georgemy (85’) e Diego Carlos (88’)

Mais de 100 jovens jogadores do Caldas juntaram-se para formar uma claque. Cerca de 4 mil juntaram-se-lhes para criar no Campo da Mata um ambiente que há muito não se via. Os jogadores responderam à altura e, mesmo perdendo, não deixaram de honrar os 100 anos do emblema que trazem ao peito, nem de orgulhar os milhares de caldenses que não lhes negaram apoio durante os 90 minutos, mesmo com a chuva que teimou em cair, por vezes copiosamente.
Nunca na antecipação ao encontro o Caldas manifestou receios pelo nome do adversário que ia defrontar. A palavra foi sempre manter a identidade, mostrar a competência e o talento dos seus jogadores. O Estoril mostrou respeito e trouxe a elite. Logo ao segundo minuto uma arrancada de Chaparro pela direita obrigou Rui Almeida a recorrer à falta, no limite da área. Mas os alvinegros responderam ainda melhor. Bola a correr pela direita, João Rodrigues cruza rasteiro para Diego Zaporo, que em recurso tentou o calcanhar que falhou por muito pouco a bola.
O Estoril estava de sobreaviso. Os caldenses não facilitavam um milímetro. Defesa e meio-campo disputavam cada bola como se fosse a última no mundo. Diego Zaporo fazia de parede e apanhava as bolas todas lançadas na frente, João Rodrigues espalhava a classe do seu toque de bola. Ao Caldas pertenciam os lances de maior aparato, como um cabeceamento de João Rodrigues e um livre de Tiago Esgaio, mas de perigo apenas relativo.
O Estoril respondeu com eficácia. No melhor lance colectivo pela zona central conquistou um livre, do qual resultou um canto. Dieguinho bateu João Rodrigues nas alturas e o balão que a bola descreveu sobrevoou João Guerra.
Na segunda parte, a primeira grande ocasião voltou a ser do Caldas, numa excelente jogada de João Rodrigues em dribles, só faltou a mesma qualidade no remate. O Estoril começou então a pressionar e João Guerra mostrou serviço na baliza, com três belas defesas, incluindo uma grande penalidade ao filho de Bebeto.
A partir daí só deu Caldas. A entrada de Sabino foi um tónico e o avançado teve três lances que também mereciam melhor finalização. Com a bancada em êxtase, os caldenses tiveram na fase final quatro cantos que deixaram sonhar com o empate, mas Gergemy dominou a área nas alturas.
Grande jogo, grande atitude dos caldenses e a certeza que, a jogar assim, há muitas alegrias a caminho.

MELHOR DO CALDAS

Missão ingrata a de escolher só um num grupo que voltou a primar pelo colectivo. Porém, João Guerra, Clemente, Paulo Inácio e João Rodrigues brilharam um pouco mais. Sem culpas no golo, o guardião teve um conjunto de boas intervenções, incluindo o penálti que catapultou a equipa na fase final. Paulo Inácio foi um batalhador incansável. João Rodrigues esteve nos melhores lances enquanto esteve em campo e espalhou magia. E Clemente, com Chaparro pela frente, esteve impecável e ainda arranjou tempo e força para atacar.

 

Rui Almeida, jogador do Caldas
Festa bastante bonita
Deixámos uma excelente imagem, conseguimos dignificar o clube e os que disputam este campeonato, pena não termos conseguido pelo menos levar o jogo para o prolongamento. Encurtámos a distância que existe com a preparação do jogo e a envolvência. É inegável que o Caldas tem muitos jovens valores para jogar a outro nível e isso ficou provado, é uma questão de tempo chegarem lá. Foi bastante emocionante ver a bancada assim, durante muitos anos foi tradição as famílias virem ao futebol, hoje reviveu-se esse ambiente que o Caldas já teve e deve unir esforços para conseguir recuperar. Foi uma festa bastante bonita.
Ricardo Moura, treinador do Caldas
Podíamos ter empatado
Havia uma motivação extra, mas procurámos encarar o jogo como temos feito sempre. Sabíamos que era difícil mas era possível discutir o resultado, com uma estratégia mais de contenção e procurando as transições. Infelizmente num esquema tático acabámos por sofrer um golo, que obrigou a arriscar mais na procura do empate, fizemos tudo para o conseguir mas do outro lado estava uma equipa forte. Fizemos um bom jogo, o Estoril teve mais bola mas também não teve assim tantas oportunidades, se tivéssemos empatado teria sido justo.

Fabiano Soares, treinador do Estoril
Caldas jogou bem
Hoje em dia não existem jogos fáceis. Tivemos infelicidade de não marcar o segundo golo para nos dar mais tranquilidade. Foi um jogo bonito, merecemos a vitória e parabéns ao Caldas que fez um grande jogo, que tenham sorte no resto da temporada.