BNI Real tem 18 empresários das Caldas a trabalhar em rede

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IMG_0936O BNI Real – um grupo de empresários caldense que se junta para trocar contactos, trabalhando em rede – foi lançado nas Caldas no passado dia 4 de Julho, no foyer do CCC, na presença de 140 empresários regionais. O objectivo deste grupo é aumentar dos actuais 18 para 30 empresários e dinamizar negócios no valor total de um milhão de euros. O modelo assenta em trabalhar em rede, sendo que, nas reuniões semanais, os empresários têm 60 segundos para apresentar o seu negócio e fazer o pedido específico do que precisam – um contacto numa empresa ou autarquia, ou o tipo de possíveis clientes, entre outros pedidos.
Já em 2011 tinha havido um BNI (Business Network International) nas Caldas da Rainha, mas só durou um ano.

O BNI é um canal de referenciação. Depois de os empresários apresentarem o seu negócio e fazerem um pedido específico do que precisam (um contacto, por exemplo), os outros membros do grupo entregam referências que podem ajudar esse empresário. E é assim com todos os membros.
Imagine-se: o empresário X faz um pedido numa reunião e o empresário Y, que também pertence ao grupo, dá-lhe o contacto de Z. Caso o negócio entre X e Z se concretize, X entrega um agradecimento a Y. O agradecimento é um papel em que está escrito algo do género: “Obrigado por negócio fechado a Z, no valor de um determinado montante de  euros”. E a história acaba aqui. Não há comissões.
Os grupos reúnem todas as semanas, num total de 52 reuniões anuais. As reuniões são iguais em todo o Mundo. “ O que muda o sucesso dos grupos são os empresários”, afirmou António Afonso, director executivo do BNI Centro e Oeste, onde o grupo caldense se insere. Esta região é constituída pelos distritos de Castelo Branco, Leiria, Portalegre e Santarém, onde existem mais 14 grupos, num total de 350 empresários. Nos últimos 12 meses os membros do BNI nesta região incrementaram as suas vendas em cerca de 15,5 milhões de euros.
O agregado caldense tem reunido ao longo do último ano para ter formação, mas o grupo apenas foi formalmente lançado na quinta-feira porque só agora conseguiu reunir o número mínimo de membros exigidos para criar um grupo (18). Neste período o conjunto já “agradeceu” 15.114 euros.
As reuniões irão realizar-se no CCC e este será o primeiro grupo do país a reunir às 16h45. Isto porque, por tradição, os grupos BNI reúnem às 6h45. Assim é em 90% deles e assim foi, também, nas Caldas da Rainha em 2011.
Este conceito foi criado em 1985, mas surgiu em Portugal em 2005 onde existem 81 grupos com dois milhares de empresários. Actualmente já está em 62 países, com 7800 grupos, num total de 190 mil empresários. “Não viemos com a troika, não fomos embora com ela”, afirmou António Afonso.
Sem abordar o passado e o falhanço do BNI Power – que foi lançado nas Caldas em 2011, mas em finais 2012 já tinha deixado de funcionar – o director executivo do BNI Centro e Oeste esclareceu que este é o primeiro grupo que dinamiza nesta cidade.
O responsável pediu ainda uma segunda oportunidade aos empresários caldenses para incrementar este conceito. “Não falo do passado, falo do futuro. O futuro é comigo aqui. Quero marcar a diferença”.
Exemplificando com os resultados na região Centro e, mais concretamente, com o caso de Proença-A-Nova, onde existe um grupo destes que gerou um milhão de euros, deixou a questão: “o BNI pode ou não ser útil aos empresários das Caldas da Rainha, que têm condições que, só pela geografia, são outras?”.
Para pertencer ao BNI um empresário deve ser convidado por outro, depois é entrevistado e, caso seja escolhido, terá de estar ou fazer-se representar nas reuniões todas as semanas. Só se pode dar três faltas em seis meses. Para além disso, terá de pagar 100 euros de inscrição e uma quota anual de 500 euros (mais IVA), quer faça ou não negócio. “É como pertencer a uma associação, mas aqui somos altamente focados em negócios”.
Os cartões de visita continuam a ser uma marca do BNI, apesar de já não se fazer o tradicional evento de troca de cartões. Assim, foi partilhada a técnica do 24/7/30 (24 horas, sete dias, 30 dias do mês), que indica o que fazer depois de receber um cartão de visita.
Na reunião desta semana foram “agradecidos” negócios no valor de 5093 euros e foram dadas 37 referências.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, que assistiu à parte final da reunião, apesar de se escusar a avaliar a ideologia ou a forma de trabalhar deste grupo, aproveitou a ocasião para destacar a actual predisposição para trabalhar em rede, quer da parte dos empresários, quer da parte da Administração Pública.
Numa sala repleta de empresários, lembrou que irão haver programas de financiamento a fundo perdido para micro e pequenas empresas. “A Cimoeste vai ter oportunidade de receber e avaliar candidaturas de investimentos até 250 mil euros, comparticipados até 50% a fundo perdido, no total de cinco milhões de euros e, se num ano conseguirmos aqui no Oeste atingir os investimentos correspondentes aos cinco milhões é possível duplicar a verba”, disse.