Municípios do Oeste demoram menos tempo a pagar as contas

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A maioria dos 12 municípios do Oeste melhorou os seus prazos médios de pagamento aos fornecedores, segundo dados divulgados pela Direção-geral das Autarquias Locais. O Cadaval continua a ser o concelho do Oeste que menos demora a pagar aos seus fornecedores, em média três dias. Já a Nazaré demora, em média, dois anos e três meses e é o município português que mais demora a pagar as suas contas.

Analisando o plano geral dos concelhos do Oeste, a principal conclusão é que há um esforço global para liquidar atempadamente as suas despesas, ou pelo menos para fazer os fornecedores esperar menos pelo respectivo cheque.
Dos 12 concelhos que constituem esta sub-região, sete melhoraram os seus prazos médios de pagamento entre o último trimestre de 2016 e o último trimestre de 2017, um manteve inalterado o prazo e quatro municípios pioraram o registo do ano anterior.
Entre os 308 municípios nacionais, foram quatro os que no final de 2017 pagavam imediatamente as suas facturas, ou seja, que têm um prazo médio de pagamento de zero dias. São eles Ferreira do Zêzere, Calheta, Miranda do Douro e Vila Franca do Campo.
A câmara do Oeste que mais se aproxima desse registo é o Cadaval, que começou 2017 com um prazo médio de pagamento de cinco dias e, no último trimestre do ano, encurtou o tempo para apenas três.
Alcobaça é o segundo melhor pagador no Oeste. O município alcobacense também melhorou os seus índices ao longo do ano e terminou 2017 com um prazo médio de cinco dias, menos nove que no final de 2016.
O pódio a Oeste fecha com o Bombarral, que terminou o ano passado a fazer os seus fornecedores esperar menos 12 dias pelos pagamentos do que no final de 2016, em que o tempo médio era de 29 dias.
Ainda dentro dos 30 dias de prazo médio de pagamento surgem Lourinhã, com 20 dias, e Peniche, com 24. Porém, estes dois concelhos tiveram evoluções inversas. Enquanto Peniche retirou ao longo do ano passado quatro dias ao prazo de pagamento, Lourinhã adicionou-lhe três.
Caldas da Rainha foi o único concelho que saiu daquele grupo. Apesar de ter passado quase todo o ano de 2017 com pagamentos em menos de um mês, no último trimestre o prazo alargou-se de 29 para 35 dias.
Fora deste grupo ficaram Arruda dos Vinhos, que manteve os 40 dias. Alenquer e Óbidos baixaram dos 60 dias para, respectivamente, 52 e 55 dias em média para desbloquear pagamentos, enquanto Torres Vedras adicionou 13 dias ao seu prazo, para uma média de 59 dias. Sobral de Monte Agraço passou de 70 para 74 dias, apesar de no segundo e terceiro trimestres ter chegado a pagar a 63 dias.

RECUPERAÇÃO NA NAZARÉ

Apesar das variações percentuais serem significativas em alguns casos, em termos de dias estas são menos pronunciadas. À excepção da Nazaré, nos extremos há uma melhoria de 17 dias, protagonizada por Óbidos, e um agravamento de 13 em Torres Vedras.
Mas o caso da Nazaré é bastante distinto no panorama do Oeste e até mesmo a nível nacional.
O concelho era no final de 2017 o que tinha mais dívidas em atraso no país – 17,2 milhões de euros – segundo um relatório do Conselho das Finanças Públicas. E era também o que mais demorava a pagar as suas facturas: 821 dias. Mesmo assim, a autarquia tem feito um esforço para melhorar a sua credibilidade junto dos fornecedores e ao longo do ano passado retirou mais de 400 dias ao seu prazo médio de pagamento.
Apesar da recuperação, a Nazaré ficou no topo dos concelhos que mais demora a pagar no país, destronando Portimão. O concelho algarvio melhorou os prazos de pagamento de 1.290 para 413 dias. No pódio dos piores pagadores estão ainda Paços de Ferreira e Celorico da Beira.