Excluindo os troços entre a Malveira e Lisboa, é entre a ligação ao IP6 e Óbidos que a via tem mais trânsito. No mês de Agosto a média neste troço supera os 39 mil automóveis.

Segundo dados do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), os 29 troços da A8, entre Pousos (Leiria) e Frielas (Loures), foram percorridos em média por 22.234 veículos a cada mês durante o ano passado. A média mensal subiu 7,3%, correspondendo a mais 1517 automóveis em relação a 2017.
É na aproximação a Lisboa que a via tem maior utilização. A partir da Malveira (que inclui o nó de ligação a Mafra e à Ericeira pela A21) a circulação praticamente duplica e todos esses troços são utilizados por mais de 50 mil viaturas por mês. O troço entre Loures e Frielas, já depois da portagem, é o que tem maior tráfego, ultrapassando as 87 mil viaturas em circulação por mês.
Ao longo de todo o traçado, a A8 apresenta alguma variação de tráfego. Eliminando aqueles troços de aproximação a Lisboa, é na articulação entre Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche (que incluiu também a ligação à A15) e junto à malha urbana de Torres Vedras que a auto-estrada tem maior afluência.
Neste particular, é mesmo no troço entre o nó com a A15 e a saída para Óbidos que se atingem as médias mensais mais elevadas, com 29.363 veículos, mais 143 do que na ligação entre Enxara e a Malveira.

Também a A15 teve uma subida de tráfego em 2018. A via que liga a A8 a Santarém foi utilizada por uma média mensal de 4849 viaturas em todo o traçado, mais 3,3% do que em 2017. O troço com maior crescimento de tráfego foi entre A-dos-Francos e A-dos-Negros, com um aumento de 5%, mas o mais utilizado é o de utilização gratuita, o que serve a Zona Industrial de Óbidos e A-dos-Negros e a sua ligação à A8, com mais de 5875 viaturas por mês.
A A8 também teve maior incremento de trânsito do que a A17, que lhe dá continuidade a norte na ligação com Pombal, Figueira da Foz e Aveiro, e depois até ao Porto pela A25 e A29. A A17 teve um aumento de 6,6% e atingiu uma circulação média em todo o percurso de 7531 veículos.

590 MILHÕES DE EUROS

Numa resposta por e-mail à Gazeta das Caldas, a administração da Auto-estradas do Atlântico (AEA) disse que a auto-estrada do Oeste tem vindo a recuperar nos últimos anos depois de um início de década “particularmente negativo, com significativas quedas dos volumes de tráfego” que se justificam com a crise económica e com a introdução de portagens nas antigas SCUT, nomeadamente na A19 e A25.
O aumento de tráfego é encarado pela administração da AEA como o reconhecimento pelos condutores de que a A8 é “uma estrutura de grande segurança e comodidade”. A auto-estrada tem recebido de forma contínua melhoramentos ao nível do piso, mas também de equipamentos de monitorização e segurança, que têm contribuído para “uma diminuição assinalável” da sinistralidade, acrescenta.
A construção das duas auto-estradas custou 415 milhões de euros (240 milhões para a A8 e 175 milhões para a A15), mas desde a sua inauguração, a AEA já despendeu mais 175 milhões de euros.
A empresa realça que os investimentos de infraestrutura são “altamente consumidores de capital” e têm um retorno muito diluído no tempo. “A empresa ainda se encontra na fase de reembolso da sua dívida e só posteriormente os accionistas começarão a receber a remuneração dos seus capitais”, acrescenta.