Editorial: Estado de graça acabou

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Joaquim Paulo

Fazer uma avaliação do desempenho de um executivo autárquico que entrou em funções há cerca de um ano é sempre um exercício repleto de subjetividade. De um lado, a oposição reclama mais e melhor e, sobretudo, a concretização das promessas que resultaram no voto expresso em urna. Do outro, pede-se paciência porque Roma e Pavia não se fizeram num dia e, claro está, porque é preciso arrumar a casa antes de deixar uma marca.
O balanço objetivo e a avaliação definitiva do desempenho do movimento Vamos Mudar à frente da Câmara das Caldas será feito em 2025, quando o mandato terminar. E só então se poderão tirar as verdadeiras ilações do trabalho da equipa de Vítor Marques. Contudo, há sinais que é preciso ler para aferir da qualidade do que tem vindo a ser feito e, valha a verdade, nem tudo tem corrido pelo melhor. Isto apesar do denodado esforço de um presidente de Câmara que quer continuar a estar próximo daqueles que representa, mas que tem de arrepiar caminho em áreas estratégicas, porque o estado de graça já terminou.
Nesta edição, damos voz às candidaturas que se apresentaram ao sufrágio de setembro de 2021 para que fizessem um balanço do que mudou com o Vamos Mudar. Ouvimos as forças políticas com assento na Câmara e Assembleia Municipal, mas também aquelas que, em função da reconfiguração do mapa autárquico do concelho, perderam presença nos órgãos municipais e, de certo modo, voz para intervir no espaço público. Esse também é o nosso papel, tal como o de puxar pelas matérias estruturantes da região, como a animação de Natal nas Caldas e Óbidos, que resulta na revista que o leitor pode ler nesta edição e que será, amanhã, também distribuída com o Público.