Socialistas reunidos nas Caldas da Rainha deram tiro de partida para as autárquicas de 2013

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Cerca de 200 delegados de todo o distrito reuniram-se no CCC

 

 

 

As Caldas da Rainha foi a anfitriã do XV Congresso Distrital do Partido Socialista, no passado dia 30 de Junho, que reuniu no CCC cerca de 200 delegados e algumas dezenas de participantes.
As autárquicas de 2013 foram o ponto forte do encontro, com o presidente da Federação, João Paulo Pedrosa, a pedir contributos aos congressistas para construir uma proposta politica que se deverá centrar nas preocupações com o desemprego e apoio à economia.
O responsável deixou ainda criticas à falta de apoio do governo ao distrito, sublinhando que este o tem “estrangulado” e dificultado as suas condições para trabalhar.

“O distrito de Leiria contribui muito para elevar a capacidade do país e tem sido asfixiado por este governo”, denunciou o presidente da Federação, João Paulo Pedrosa, no encerramento do congresso. o responsável destacou que ao invés de haver um apoio aos empresários e empresas, tem-se verificado o contrário: “encerram-se serviços, estrangulam-se situações que facilitam a vida das empresas e restringe-se o crédito”.
Reeleito recentemente presidente da Federação Distrital, João Paulo Pedrosa lembrou que dos 10 deputados eleitos em Leiria para a Assembleia da República, sete são do PSD e do CDS/PP e que “nunca nenhum governo tratou tão mal o distrito como este”. As ideias avançadas pelo PS têm sido recusadas pela maioria PSD/CDS-PP, como foi o caso de uma proposta de acesso ao crédito para as empresas exportadoras.

O presidente da federação, João Paulo Pedrosa a discursar no congresso, que foi presidido pelo vereador caldense Delfim Azevedo

Outra das grandes preocupações do PS é a preparação das próximas autárquicas, que classifica de “extraordinariamente importantes”. No distrito de Leiria a grande maioria das autarquias (à excepção de Leiria,  Marinha Grande, Porto de Mós e Castanheira de Pêra, que são do PS e Peniche da CDU) são lideradas pelo PSD e “estão com dificuldades financeiras”, pelo que o PS pretende apresentar propostas que ajudem a criar emprego e apoiem as empresas e os empreendedores.
A federação irá agora reunir com os presidentes das concelhias para apresentar uma estratégia e depois desenvolver o trabalho. Até ao fim do ano irão escolher os candidatos autárquicos e depois, no próximo ano, construir as propostas.
Durante a manhã João Paulo Pedrosa pediu aos congressistas que dessem contributos sobre o projecto autárquico e gostaria de ter ouvido mais. “As pessoas têm tendência a falar mais dos problemas nacionais, que são os que as preocupam mais”, justificou, acrescentando que irão começar a trabalhar com as concelhias para definir uma estratégia. “Até ao fim do ano temos que escolher os candidatos autárquicos e depois, no próximo ano, construir as propostas”, explicou, adiantando que pretendem apresentar soluções a preocupações concretas das pessoas, como é o caso do emprego e apoio à economia.
Alem do combate politico e do trabalho autárquico, os socialistas vão também apostar na formação dos seus dirigentes e dos militantes através da cooperação com a Fundação Res Publica e a criação de um laboratório distrital autárquico, em articulação com o Laboratório de Ideias para Portugal, plataforma criada pelos socialistas com o objectivo de mobilizar a sociedade civil para a participação política.

“Os partidos tornaram-se organizações pouco inspiradoras e pouco criativas”

A presidente da concelhia caldense, Catarina Paramos, deu as boas vindas aos congressistas às Caldas, esperando que a realização deste congresso seja também “sintomático e simbólico da importância desta cidade no distrito de Leiria”.
Motivada pelo “serviço público em benefício da democracia” a jovem realçou que este partido “não é uma escola de interesses e de vícios, mas uma escola de virtudes, de dedicação ao serviço público e de empenho na defesa da causa pública e do bem estar dos cidadãos”.
Catarina Paramos defendeu que os partidos deveriam constituir uma porta de entrada para as pessoas ingressarem na politica, mas que, ao invés, “tornam-se em organizações pouco inspiradoras e pouco criativas”.
A dirigente considera que cabe ao PS mudar o paradigma e defendeu um papel mais activo na formação e preparação dos autarcas e militantes e uma associação ao combate de causas, como a do emprego, inclusão social, igualdade e combate à corrupção.
“Cabe-nos a nós lutar para que o PS seja maioritário em todos os órgãos autárquicos, o que implica ter um projecto coerente e consistente, que combine as ideias, as politicas e as estratégias com uma actividade diária e articulada de combate politico de oposição”, defendeu.
Catarina Paramos quer também que seja criado um grupo de trabalho capaz de apoiar logisticamente as concelhias na realização de debates e tertúlias, assim como dinamizar a discussão e partilha de experiência entre estruturas nos diversos concelhos.
A presidente da concelhia caldense fez ainda uma intervenção sobre a saúde e o seu papel na génese da cidade. Das Caldas intervieram também os militantes socialistas Luís Patacho, Jorge Sobral, José Nuno Lacerda da Fonseca e Daniel Almeida.
O congresso contou com a presença de João Serrano, um dos secretários nacionais do PS, que teceu duras criticas ao governo PSD/CDS-PP, que “tem feito tudo ao contrário do que prometeu durante a campanha eleitoral”.
O antigo deputado na Assembleia da República considera que a esperança dos portugueses tem que ser recuperada e que é bastante importante a participação do PS no combate político. João Serrano falou da “politica errada” do PSD e considera que há outro caminho a seguir, com menos austeridade, defendendo a manutenção do Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, sistema de protecção social e poder local.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

 

 

 

 

Os novos presidentes das 16 concelhias socialistas do distrito de Leiria

 

 

 

“Renovação geracional” nas concelhias do PS
No XV Congresso do PS tomaram posse os 16 presidentes das concelhias que integram o distrito de Leiria. A média etária está na casa dos 30 anos, o que representa, de acordo com João Paulo Pedrosa, uma “renovação geracional”.
Os concelhos serão agora liderados por António Sales (Leiria), Ricardo Lopes (Marinha Grande), Telmo Ferreira (Batalha), Gonçalo Abílio (Castanheira de Pêra), Diogo Coelho (Pedrógão Grande), Paula Reis (Alvaiázere), António José Domingues (Ansião), Fábio Santos (Porto de Mós), Walter Chicharro (Nazaré), José Canha (Alcobaça), Jorge Gonçalves (Peniche), João Franco (Óbidos), José Victor Silva (Bombarral), Adelino Mendes (Pombal), Catarina Paramos (Caldas da Rainha) e Carlos Lopes (Figueiró dos Vinhos).
No mesmo encontro tomou posse o Departamento das Mulheres Socialistas.

F.F.